A taxa de desemprego média de janeiro a outubro de 2015 foi de 6,8%, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Emprego divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi o mais alto desde 2010, quando a média de janeiro a outubro foi de 7,0%.
O aumento na taxa de desemprego em outubro deste ano interrompeu uma tendência histórica de declínio no indicador, diante da elevação na contratação de temporários para as festas de fim de ano. "Geralmente, a passagem de setembro para outubro registrava tendência de queda ou de estabilidade (na taxa de desemprego). Isso não está acontecendo agora. Acontecia em toda a série da pesquisa", ressaltou Adriana Beringuy, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. "Há um movimento diferente agora em 2015", acrescentou.
A população ocupada atualmente no País soma 22,453 milhões de pessoas, o menor patamar de ocupados desde junho de 2011, quando era de 22,390 milhões de trabalhadores. "O que a gente tem até agora? Um quarto trimestre de 2015 que se inicia no mês de outubro sem um efeito sazonal de um aumento nas contratações para o fim do ano. Se isso vai ocorrer nos próximos dois meses, tem de esperar para ver se vai acontecer e em que atividade será mais acentuada", resumiu a gerente do IBGE.
Nesta quinta-feira, 19, o IBGE divulgou que a taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil ficou em 7,9% em outubro de 2015, O resultado ficou próximo do teto do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam um resultado entre 7,4% e 8,0%, e acima da mediana, de 7,6%. Em setembro, a taxa de desocupação foi de 7,6%.
A taxa de desemprego de 7,9% em outubro foi a mais alta desde agosto de 2009, quando estava em 8,1%. O resultado foi ainda o mais alto para um mês de outubro desde 2007, quando a taxa de desemprego foi de 8,7%. Em outubro de 2014, a taxa de desemprego tinha sido de 4,7%.
Fila do desemprego
Segundo o IBGE, a fila do desemprego aumentou 67,5% em outubro ante o mesmo mês do ano anterior, a maior variação da série histórica da pesquisa, iniciada em março de 2002. A alta foi o equivalente a 771 mil pessoas a mais buscando uma vaga no mercado de trabalho.
Na comparação com setembro, o aumento no total de desempregados foi de 3,2%, 60 mil pessoas a mais. "A gente tem conjugação de dois fatores que levam ao crescimento da taxa (de desemprego): redução da ocupação e aumento da desocupação", explicou Adriana Beringuy.
O fenômeno foi provocado pelo corte de vagas, que aumentou a pressão na busca por um emprego. O número de ocupados caiu 3,5% em outubro ante outubro de 2014, o equivalente à extinção de 825 mil vagas. Em relação a setembro, o número de ocupados recuou 1,0%, 230 mil postos de trabalho a menos.
"Essas pessoas que já estavam na população desocupada, elas não estão sendo absorvidas, e muitas daquelas que estavam ocupadas estão sendo dispensadas", apontou Adriana.
A população inativa impediu um aumento ainda maior na taxa de desemprego. O total de inativos cresceu 2,9% em outubro ante outubro de 2014, 561 mil pessoas a mais. Em relação a setembro, a alta foi de 1,4%, 272 mil indivíduos a mais na inatividade. "Se a população chamada não economicamente ativa não tivesse crescido, provavelmente o crescimento da taxa (de desemprego) seria ainda mais intenso", reconheceu a gerente do IBGE.
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