Após a morte de mais um PM, André Costa disse que bandido terá que decidir, se quer a Justiça (prisão) ou o cemitério
Promotor Marcus Renan Palácio criticou declaração do secretário André Costa
O assassinato do cabo da PM Francisco Arlindo da Silva Vieira, na tarde da última sexta-feira (27) virou polêmica depois que o recém-empossado secretário da Segurança Pública e Defesa Social, delegado federal André Costa, deu uma declaração oficial sobre o caso. Em resposta aos constantes ataques a agentes policiais, Costa foi enfático. Segundo ele, daqui em diante, o bandido só terá dois caminhos: “A Justiça ou o cemitério”.
Na entrevista coletiva na sede da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para anunciar a prisão dos suspeitos da morte do PM, o secretário não alterou o tom de voz, mas foi incisivo: “A gente tomou a decisão de partir para cima deles, e vamos partir com toda força. Não vamos recuar um passo, vamos pra cima. Se ele (o bandido) quiser puxar uma arma, nós o oferecemos, a Justiça ou o cemitério. Ele é quem decide”.
Em contrapartida às duras e incisivas palavras do novo secretário contra a bandidagem, um representante do Ministério Público Estadual se contrapôs. O promotor de Justiça Marcus Renan Palácio (um dos responsáveis pela acusação no caso da chacina do Curió, onde 11 pessoas foram mortas e 44 PMs estão presos) contrariou a fala do secretário.
“Se o Estado se iguala aos que violam os bens juridicamente tutelados, qual a diferença? Qual tipo de sociedade planejamos? Que mundo nós queremos construir?”
Apoio
As palavras do secretário receberam o apoio da tropa da PM. Entre 2015 e 2016, nada menos, que 49 agentes públicos da Segurança foram assassinados no Ceará, a maioria em tentativas de assaltos. Portanto, o cabo Arlindo é o 50º agente morto em exatos dois anos e um mês.
Na manhã de sábado (28), a Polícia capturou na Prainha, no Município de Aquiraz (Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) dois suspeitos de matar o cabo Arlindo. Marcelo Gabriel Lima dos Santos, o “Biel”; e seu comparsa André Lima Firmiano foram detidos e levados para a sede ds Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O primeiro confessou ter atirado no militar quando este tentou impedir que a dupla assaltasse um padaria, na Rua Cuiabá, no bairro Henrique Jorge.
Outros dois suspeitos de envolvimento já foram identificados e estão sendo procurados.
Por FERNANDO RIBEIRO