Já está recolhido em uma das celas do Presídio Militar, no Quartel do 5º BPM (Centro), o cabo da PM Paulo José Monteiro da Cunha, que teve prisão preventiva decretada pela Justiça na última sexta-feira (7). Ele está sendo processado na Justiça Militar e na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário.
Monteiro cumpria prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica como medidas cautelares impostas para Justiça após sua detenção disciplinar. Ele é acusado de crime militar ao usar as redes sociais para fazer críticas ao governo e à própria corporação. De acordo com o Comando-Geral da PM, o militar teria praticado “crime de publicação ou crítica indevida e desrespeito a superior”.
O cabo Monteiro foi um dos líderes da paralisação da categoria em fevereiro deste ano, quando a tropa decidiu cruzar os braços para reivindicar melhoria salarial e outros benefícios para a classe. Naquele mesmo período de paralisação da Corporação, a Capital cearense e sua região metropolitana registram uma “explosão” nos índices da criminalidade, especialmente, nos casos de homicídios e latrocínios.
Superfaturamento
Em redes sociais, o cabo Monteiro denunciou o que chamou de “falta de transparência” do governo no uso de verbas públicas para a compra, supostamente, superfaturada, de equipamentos e insumos para o combate à pandemia do novo Covid-19. As críticas irritaram o Comando-Geral da PM e o próprio governo, que determinou severa punição para o PM.
Em nota, o Comando da corporação informou que, após o recolhimento em prisão domiciliar, o cabo teria descumprido um “acordo” que teria assumido com as autoridades e, por isso, teve prisão preventiva decretada.
A PM informou, ainda, que “foram devidamente assegurados todos os direitos e garantias constitucionais” ao militar.
(Blog do Fernando Ribeiro)