A bancada do Ceará na Câmara dos Deputados segue dividida com relação a votação da denúncia contra o presidente da República, Michel Temer, marcada para próxima quarta-feira (2), no Plenário da Casa. Para que o processo contra o presidente seja autorizado e siga para o Supremo Tribunal Federal (STF), são necessários, pelo menos, 342 votos do total de 513 parlamentares.
Levantamento feito pelo Diário do Nordeste mostra que dos 22 deputados cearenses, dez são a favor, cinco são contra, enquanto há sete indecisos.
Os deputados que se posicionaram favoráveis a denúncia são basicamente os parlamentares de oposição ao governo, como José Guimarães (PT), Luizziane Lins (PT), José Airton (PT), Chico Lopes (PcdoB), André Figueiredo (PDT), Ariosto Holanda (PDT), Lêonidas Cristino (PDT), Odorico Monteiro (PSB), Cabo Sabino (PR) e Vitor Valim (PMDB).
Deputados
O lider da minoria, deputado José Guimarães, avalia que a Câmara está em descrédito com a população e não pode abrir mão de aprovar a denúncia contra o presidente. “O País está convulsionado e o governo Temer acabou”, disse.
Os deputados Danilo Forte (PSB), Geneciais Noronha (SD) e Domingos Neto (PSD) que já se posicionaram contrários a denúncia na votação da CCJ, alegaram que a denúncia contra o presidente é frágil e por isso vão se manter contrários a continuidade do processo no plenário, junto com os deputados Moses Rodrigues (PMDB) e Aníbal Gomes (PMDB). “Os áudios não determinam com clareza se o presidente teria arquitetado ou se iludido. O senhor presidente não é uma pessoa qualquer, porque qualquer agravante na vida dele se reflete na vida de milhões de brasileiros", explicou Danilo Forte.
Entre os indecisos, estão os deputados Gorete Pereira (PR), Raimundo Gomes (PSDB), Vaidon Oliveira (DEM), Ronaldo Martins (PRB), Paulo Lustosa (PP) e Macedo (PP). A indecisão da maioria está relacionada ao fato do partido estar na base aliada do governo.
Segundo o deputado tucano, a posição do PSDB gera muita instabilidade e a tendência é não fechar questão sobre o voto da denúncia. No entanto, o parlamentar defende que a atual denúncia contra o presidente não terá maioria para afastá-lo. “Se surgir novas denúncias com provas mais precisas fica mais dificil a permanência do presidente Michel Temer. É preferível aguardar o mês de setembro para se fazer uma análise geral de todas as denúncias que chegarem a Câmara”, alegou Raimundo Matos.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, adiantou na última terça-feira (25), que pretende juntar as próximas denúncias contra Temer, que envolvem organização criminosa e obstrução da Justiça, em um único processo. A denúncia que será analisada na próxima quarta corresponde ao crime de corrupção passiva. O objetivo é acelerar o processo, já que Janot deixa o cargo em setembro.
Fonte DN