O Castanhâo , maior açude público do Ceará, atingiu o menor volume de água de sua história. O reservatório agora mantém um volume de 4,46% da sua capacidade. Marca semelhante só havia sido atingida em 2004, quando o açude ainda era recém-inaugurado e recebia os primeiros aportes hídricos.
Segundo cálculos da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do estado (Cogerh), esse valor deve suprir as necessidades de água até janeiro de 2018, um mês antes do início da quadra chuvosa que vai até maio, quando os cálculos serão reavaliados pela companhia de acordo com os prognósticos de chuva. O volume total disponível atualmente é de 298,5 milhões de m³. Desses, 75 milhões de m³ correspondem ao chamado volume morto.
O açude Castanhão é o principal responsável pelo abastecimento hídrico de Fortaleza e Região Metropolitana, onde vive em torno da metade da população do Estado. Porém, ele hoje corresponde apenas à 10% desse abastecimento, pois os outros 90% chegam via Eixão das Águas, oriundos de reservatórios localizados na própria região.
A diminuição do volume do Castanhã data de 2012, desde o início do longo ciclo de seca que vem até hoje no Estado do Ceará. Mesmo ficando dentro da média histórica, as precipitações da chamada quadra chuvosa (entre fevereiro e maio) ocorreram de forma irregular e localizada. Com isso, os maiores açudes do estado, Orós e Banabuiú, a exemplo do Castanhão, não conseguiram se recuperar das perdas acumuladas. Poucas chuvas e evaporação são dois dos fatores climáticos mais sensíveis nos açudes do semiárido cearense, sem falar do consumo cada vez maior.
Sem previsão mais concreta a respeito da quadra invernosa de 2018, o Governo vem atuando com obras de perfuração de poços e de aproveitamento das águas de outros rios, como o Maranguapinho. Além disso, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) estabelece metas de consumo para a população da região metropolitana desde dezembro de 2015.
O governo estima em cerca de R$ 1 bilhão os valores investidos em obras de segurança hídrica e possui uma meta de perfurar 1,8 mil poços em todo o estado. Os cearenses também aguardam a finalização do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, cuja obra foi paralisada em setembro. Já houve licitação para uma nova ordem de serviço e a perspectiva é de que as águas do rio cheguem ao Ceará em dezembro.
Red; Verdes Mares