Elas são mães, donas de casa, profissionais e ainda enfrentam o desafio de administrar o orçamento doméstico e também arcar com as despesas da casa, de modo a garantir o alimento na mesa, a educação e a saúde de seus dependentes. Essas e outras preocupações recaem cada vez mais sobre os ombros delas.
A independência crescente da mulher na sociedade, associada à mudança no padrão das famílias e a maior inserção da força feminina no mercado de trabalho levam essas gigantes a assumirem mais e mais o papel de chefe de família.
De acordo com dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), das 822 mil mulheres inseridas no mercado de trabalho da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) no ano passado, sendo 742 mil ocupadas e 79 mil desempregadas, 31% chefiavam seus domicílios.
Também com base na PED, a participação das mães como chefes de família é ainda mais expressiva no caso dos lares monoparentais, formados apenas por um adulto e um descendente. Nesse tipo de arranjo familiar específico, elas representam aproximadamente 73%.
Tendência de aumento
De acordo com Erle Mesquita, analista do mercado de trabalho do IDT, um terço das famílias na RMF já são monoparentais - o que reforça a tendência de crescimento da participação feminina na chefia das famílias.
"Entre os fatores que contribuem para isso está a expectativa média de vida maior da mulheres em relação a dos homens. Então muitas ficam viúvas e seguem chefiando suas famílias. Outro fator é o aumento dos divórcios. Depois da separação, a mulher assume o filho e todas as funções do lar, dentro e fora dele", explica o especialista.
Multitarefa
"Já está no imaginário da sociedade que o cuidado com os filhos é papel feminino. Então mesmo quando trabalham fora, as mães se desdobram para pegar filho na escola, ensinar as atividades, cuidar da alimentação e, mesmo quando tem um companheiro, acabam tomando para si a tarefa de administrar as despesas da casa. É por esse leque amplo de atividades que elas acabam assumindo jornadas de trabalho menores em relação aos homens", argumenta o analista de mercado do IDT no Estado.
Créditos Diário do Nordeste