Uma investigação que durou três meses terminou com a prisão de um treinador de uma escolinha de futebol, na manhã de ontem. De acordo com a equipe da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa), José Darcy Romualdo da Silva, 48, havia violentado dois alunos. O acusado já é reincidente na prática de estupro de vulneráveis. Em 2002 ele foi preso por abusar de outras sete crianças.
O caso foi denunciado pelo pai de uma das vítimas, que flagrou José da Silva com o filho. "Ele estava jogando videogame. O pai empurrou a porta e encontrou a criança e o acusado nus", declarou a titular da Dececa, delegada Ivana Timbó.
As duas crianças que foram alvo do atentado violento ao pudor são primas e do sexo masculino. "Todas as vítimas são meninos. Ele diz que tem uma preferência pelos da faixa etária entre 14 e 16 anos, mas desta vez as vítimas tinham apenas 11", afirmou a delegada.
No momento em que foi preso, José da Silva não reagiu. Ao chegar à Dececa tentou negar os crimes, mas depois acabou confessando. Em depoimento, disse estar arrependido. "Ele diz que tem alguns distúrbios e que vai procurar Deus, mas isso é o que todos os pedófilos dizem. Sobre ter se arrependido, acho difícil, senão ele não havia reincidido".
Além de abusar das crianças na própria casa delas, o acusado também as levava para a residência em que morava com a família. "Ele abusava da confiança das famílias. Se aproximava, fazia amizade, dava presentes e depois se aproveitava disso. Na casa dele, a mãe e um irmão disseram que já tinham advertido e ele insistia em levar as vítimas", afirmou Ivana Timbó.
Segundo a delegada, as investigações continuam para esclarecer se outras crianças foram violentadas. O bairro em que funciona a escolinha não foi divulgado pela Polícia, para que as crianças não sejam identificadas.
Cuidados
Ivana Timbó alerta para que as famílias acompanhem as crianças e vejam se elas estão frequentando instituições idôneas. "As crianças apresentam sinais que foram abusadas, como insônia e baixo rendimento escolar. Se a criança aparecer com presentes que não foram comprados com dinheiro fornecido pela família já é preciso ficar atento".
Diário do Nordeste