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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Homens invadem fórum trabalhista de Caucaia e roubam funcionários

Dois homens invadiram, na manhã desta segunda-feira (12), o Fórum Trabalhista Desembargador João Ramos de Vasconcelos César, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza.

De acordo com o capitão Clayton, da Segurança do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região, no Ceará, em entrevista à TV Diário, os dois renderam um vigilante e levaram pertences de funcionários, como aparelhos celulares, bolsas e relógios.

“Eles não demoraram 10 minutos. Chegaram sem máscaras, renderam os vigilantes – que não reagiram e fugiram. Um Boletim de Ocorrência foi lavrado porque eles também levaram uma arma de um dos vigilantes”, diz. Como hoje não era dia de audiência no fórum, o movimento estava relativamente tranquilo. Ninguém ficou ferido e a polícia segue em, buscas dos suspeitos.

G1/CE

Ceará vivencia a pior seca em mais de um século

Juntos, os últimos cinco anos formaram o período mais seco do Ceará em mais de um século de história. Um estudo realizado pela Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme) e divulgado ontem revelou que, de 2012 a 2016, a média de chuvas registrada no Estado chegou a baixos 516mm. Individualmente, nenhum dos anos teve volume de precipitações acima de 600mm, quando a média histórica anual fica em torno de 800mm. Com base nos dados compilados, o órgão classificou o período atual de estiagem como a pior seca prolongada (cinco anos consecutivos) desde 1910.

Nesse intervalo de tempo, somente dois outros períodos (1951 a 1955 e 1973 a 1986) tiveram tão poucas chuvas. Ainda assim, as precipitações foram mais densas que as observadas de 2012 para cá. Na década de 1950, a média dos cinco anos totalizou 608mm, com um ano, 1955, ultrapassando a média histórica. Já na seca dos anos 1970, a média total alcançou 566mm, 10% a mais que a do ciclo atual.

David Ferran, meteorologista da Funceme responsável pelo estudo, explica que uma possível razão para a estiagem tão forte e persistente pela qual o Estado passa é o agravamento das mudanças climáticas. "É difícil ser taxativo, mas uma característica das mudanças climáticas é a ocorrência de eventos extremos e essa sequência de anos secos é bastante extremo. Isso nunca havia acontecido dessa forma nos últimos 100 anos", destaca.

Açudes

Conforme ressalta Ferran, o impacto de anos seguidos de chuvas abaixo da média recai, principalmente, sobre os reservatórios do Estado. Em 2012, primeiro ano do atual ciclo de estiagem, o Diário do Nordeste produziu uma série de reportagens especiais mostrando o panorama do sertão cearense diante do baixo volume de precipitações. A reportagem acompanhou a situação dos açudes no início e no fim do ano. No mês de janeiro, os reservatórios estavam com 71% da capacidade. Em dezembro, esse percentual havia caído 20 pontos, passando para 51%.

Ontem, segundo dados da Funceme e da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), os açudes cearenses se encontravam com apenas 9% de sua capacidade. Ao todo, 129 açudes estão com volume inferior a 30%. "Mesmo reservatórios grandes não têm capacidade de resistir por muito mais tempo. Quando chove pouco em um ano, mas depois chove muito, os pequenos açudes se recuperam. Mas, nessa sequência de cinco anos, praticamente não teve água entrando nos reservatórios", afirma Ferran.

O meteorologista lembra que, para este segundo semestre, a previsão é de poucas precipitações, insuficientes para a recarga dos açudes. Em relação à quadra chuvosa do ano que vem, ele ressalta que, embora ainda seja cedo para definições, os sinais apontam para um cenário "neutro" no Oceano Pacífico, sem a ocorrência dos fenômenos El Niño ou La Niña.

"Nesses anos, temos que aguardar até janeiro para ter uma previsão. A chance de acontecer um ano seco é a mesma de acontecer ano chuvoso. Se olharmos no passado, no período chuvoso de 1952 a 2015, tivemos 38 anos neutros no Pacífico. Destes, 12 foram secos, 13 normais e 13 chuvosos. É bem dividido", observa o meteorologista.

Ações

Além do baixo volume de precipitações, o titular da Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará (SRH), Francisco Teixeira, destaca que a situação do abastecimento foi agravada pelo aumento do consumo de água nas últimas décadas, provocado pelo crescimento da população, assim como a maior urbanização e industrialização no Estado.

Segundo ele, o Governo do Estado tem investido em ações como construção de poços e adutoras, instalação de chafarizes e utilização de dessalinizadores para, no mínimo, garantir o suprimento de água até a estação chuvosa do ano que vem. "Como os reservatórios estão secos, a água de poços é o que temos para chegar até a próxima estação. Aí poderemos ter o restabelecimento dos açudes. Nem precisa encher todos, se tiver recarga de 20% já ajuda", afirma.

Teixeira destaca que a SRH ainda aposta nas medida previstas no Plano de Segurança Hídrica da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), anunciado em julho deste ano. A iniciativa envolve o combate a perdas de água, a revisão da meta da tarifa de contingência, o reúso de águas de lavagem da Estação de Tratamento de Água do Gavião, a perfuração de poços na região do Pecém, dentre outros pontos. Segundo ele, a expectativa é que o conjunto de ações ajude o Estado a obter uma "economia substancial de água".

Ricardo Torres - RT NEWS

Idoso é encontrado morto vitima de afogamento em Icapuí

O aposentado identificado como Hercilio Rodrigues Chagas, 71 anos, natural de Quixadá (CE) foi encontrado morto vitima de suposto afogamento em uma cisterna, localizada na Fazenda Belém, zona rural de Icapuí (CE).

A informação publicada em boletim é de que Hercílio, foi encontrado por populares já sem vida, por volta das 18h30. O corpo foi encaminhado para o IML/Fortaleza, onde passará por exames que comprovem a real causa da morte.

Com Informações do 1ºPBM

Eduardo Cunha é cassado; veja como votaram os cearenses

O ex-presidente da Casa disse que estava sendo cassado por motivos "risíveis" e que isso abriria precedente contra outros parlamentares ( FOTO: FOLHAPRESS )
Brasília. Após um processo que durou mais de dez meses, a Câmara dos Deputados decidiu, ontem, por 450 votos contra 10 contrários e 9 abstenções, cassar o mandato de deputado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Casa. Dentre os votos a favor dele, estão os de Paulinho da Força (SD-SP) e Marco Feliciano (PSC-SP)

O caso foi marcado por protelações desde o ano passado. Cunha era formalmente acusado na Câmara de mentir aos colegas ao negar, em março de 2015, ter "qualquer tipo de conta" no exterior - frase dita meses antes de vir à tona a existência de dinheiro atribuído ao peemedebista na Suíça.

Em discurso, Cunha afirmou "pagar o preço" por ter autorizado a tramitação do processo de impeachment de Dilma Rousseff da presidência. "O PT quer um troféu para dizer que é golpe", ressaltou. Cunha já estava afastado do mandato. Com a decisão da Câmara, fica inelegível até janeiro de 2027.

Numa rápida entrevista após o resultado, Cunha prometeu escrever um livro sobre o impeachment e contar diálogos que teve ao longo desse processo. "Não tenho nada a revelar sobre ninguém. No dia que tiver, eu o farei", declarou.

O plenário entendeu que Cunha mentiu em depoimento à CPI da Petrobras, em maio de 2015, quando disse não possuir contas no exterior. Ele negou que tenha mentido à CPI, argumentando que as contas estão no nome de um trust.

Momentos antes de ver seu destino político ser chancelado no plenário da Câmara, Cunha fez um discurso forte em que afirmou estar sofrendo um "processo político" por dar continuidade ao impeachment de Dilma Rousseff (PT), negou ter contas na Suíça e ameaçou colegas: "Amanhã é contra vocês".

Decisão tomada

Em uma defesa de pouco mais de trinta minutos, Cunha fez um apanhado da tramitação de processos contra ele e a petista e disse que deputados não queriam ouvir "qualquer argumento", pois estavam "com a decisão tomada". Segundo Cunha, "ninguém conhece" uma peça que tem sete mil páginas.

Mesmo assim, pediu que seus colegas o julgassem "com isenção", pois ele estava "pagando o preço" por "livrar" o país do PT. "Por mais que o PT chore, esse criminoso governo foi embora graças à atividade que foi feita por mim", disse Cunha.

"Alguém tem dúvida que se não fosse minha atuação teria impeachment? Duvido que tenha. Essa é a razão da bronca do PT e de seus assemelhados ou seus asseclas, que vivem na sua órbita", sustentou.

Para o ex-presidente da Câmara, o mandato estava sendo cassado por motivos "risíveis" e que isso abriria precedente para que "qualquer deputado" perca o mandato por acusações, segundo ele, frágeis. O peemedebista disse que, na média, 160 deputados respondem a acusações.

"Amanhã será com vocês também", ameaçou. "A peça de acusação do Ministério Público não pode servir como quebra de decoro", defendeu-se. "Quero saber cadê a conta, cadê o número da conta?", completou.

O Ministério Público pediu abertura de inquérito contra Cunha por haver dinheiro dele em contas na Suíça irrigadas pelo desvio de recursos na estatal.

Veja como votaram os deputados cearenses

Reações

Nos momentos em que acusava o PT de manter um "esquema criminoso" com o petrolão, que desviou milhões da Petrobras, Cunha era chamado de "mentiroso" e "ladrão" por deputados petistas e aliados da ex-presidente.

Mais uma vez, Cunha se disse "perseguido" pela Procuradoria-Geral da República e afirmou que o tratamento dado a ele foi "diferenciado", na medida em que virou réu no Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto há investigações de outros políticos com foro privilegiado que ainda não foram apreciadas pela Corte e fez referência a um processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sem citar o nome dele.

Cunha repetiu, em seu discurso, muitos argumentos que foram usados por ele no Conselho de Ética, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e em entrevistas coletivas que concedeu desde 5 de maio, quando foi afastado da presidência da Câmara e do mandato pelo STF.

O ex-presidente da Câmara fez um apelo ao pedir o apoio dos parlamentares e disse que votou pela absolvição de "todos os deputados do PT" na época do mensalão.

No momento em que aparentou estar emocionado, em que falou de sua família e embargou a voz, Cunha pediu que votem "não pelo ouvi dizer", nem pela "opinião pública", mas pelo que está sendo julgado.

Isolado

Cunha só saiu de seu apartamento em Brasília pouco depois das 20h30, quando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reabriu a sessão. Chegou por volta das 20h45 ao plenário, de gravata amarela e sem o broche de deputados na lapela.

Acostumado a estar cercado de aliados, Cunha se viu isolado no plenário ontem. Acompanhado de um segurança, foi cumprimentado por poucos deputados enquanto esperava para seu discurso. Ouviu de costas as falas dos adversários. Quando subiu na tribuna, citou adversários em tom assertivo: "Não preciso aniquilar meus adversários para que eu possa me sobrepor".

Diário do Nordeste