Aperto amplia desafio para garantir infraestrutura do CE
Para garantir os investimentos necessários, o governo tem estudado novos modelos de execução, trazendo a iniciativa privada como protagonista
Com a economia engatinhando, o governo federal tem cortado despesas, segurado aportes e criado formas alternativas de fazer com que alguns investimentos sejam realizados, aliviando o peso para o erário público. O Governo do Estado segue na mesma toada, ainda que apresentando um desempenho econômico superior ao do País.
Contudo, com alguns grandes empreendimentos sendo concretizados, o Estado se vê na obrigação de correr com a criação de infraestruturas necessárias para permitir o desenvolvimento econômico cearense – e o bem-estar da população. E, diante das restrições de caixa, esse vem sendo um desafio considerável a enfrentar.
O Diário do Nordeste realizou uma entrevista exclusiva com o secretário da Infraestrutura do Ceará, André Facó, na qual ele falou sobre as principais metas da pasta, os projetos prioritários e as estratégias adotadas para garantir a execução das obras mais importantes, assim como fazer com que os serviços possam ter todo o seu potencial aproveitado, após concluídos.
No próximo ano, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), que será a maior indústria de base estadual, entrará em operação, e o governo precisa garantir todas as condições para recebimento e escoamento de carga para permitir as operações da usina. O Porto do Pecém também está em expansão, para atender não somente à nova siderúrgica, mas à futura Transnordestina e o provável aumento da movimentação de navios que deverão atracar no terminal, atraídos pela ampliação do Canal do Panamá.
No setor aeroportuário, há a expectativa de que o Aeroporto Internacional Pinto Martins seja um hub no Nordeste (ponto concentrador) para voos nacionais e internacionais do Grupo Latam Airlines, formado pela brasileira TAM e a chilena LAN. O governo tem tomado essa questão como meta prioritária.
A ideia de um novo aeroporto na região do Pecém, para cargas e passageiros, não foi esquecida, mas deve ficar pra depois.
A instalação da Linha Leste do Metrô de Fortaleza é outro desafio. Com obras paradas, o governo tenta garantir a retomada do projeto, sem grandes prejuízos no cronograma. Os estudos para a eletrificação da Linha Oeste e sobre a possibilidade de um ramal ligando Caucaia a Pecém também continuam.
Novos modelos
Para garantir esses investimentos, o governo tem estudado novos modelos de execução, trazendo a iniciativa privada como protagonista desse processo, por meio de parcerias ou concessões, num direcionamento que já vem sendo dado pela União.
Mas, segundo André Facó, as metas para a infraestrutura do Estado vão bem além da execução dos projetos. “A Secretaria de Infraestrutura é vista normalmente como se fosse somente secretaria de obras. Também é. Mas além de executá-las, e de forma eficiente, queremos que seja um local de planejamento de políticas públicas de Estado e de governo. Queremos disseminar as discussões de infraestrutura dentro do Estado do Ceará”, defende o secretário.
Para isso, a pasta deverá buscar uma aproximação maior do setor produtivo e das prefeituras, a fim de ter um planejamento e execução integrados. A crise está aí, mas o Ceará ainda é carente de infraestrutura e precisa garanti-la para ter maior competitividade em sua economia e para gerar melhores serviços à população. O desafio está posto.
Diário Online
