Em reunião do Diretório Nacional, partido anuncia o nome do ex-presidente como cabeça de chapa nas eleições 2018
Um dia após o resultado do julgamento desta quarta-feira (24) no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que ampliou a sentença de Lula para 12 anos e 1 mês, o Partido dos Trabalhadores (PT) oficializou, nesta quinta-feira (25), a pré-candidatura do ex-presidente para as eleições 2018. O anúncio foi realizado pela presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, logo no início da reunião do Diretório Nacional, realizada nesta manhã, na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Com o anúncio do PT, Luiz Inácio Lula da Silva se torna cabeça de chapa à Presidência da República, nas eleições gerais de outubro deste ano. "O PT não trabalha com outro nome, nosso candidato à presidência da República é Lula", disse Alexandre Padilha, vice-presidente nacional do PT. "Vamos formalizar a candidatura de Lula ao Planalto em agosto", complementou.
Gleisi disse que não falaria sobre a condenação, mas afirmou que a reunião era importante em virtude "do momento que estamos vivendo". Ela agradeceu o apoio dos partidos PCdoB, Psol, PSB, PDT e o PCO e também ao senador Roberto Requião (MDB), além de movimentos sociais e sindicatos do Brasil e de outros países.
Além de Hoffmann participam da reunião desta quinta-feira o próprio Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff, líderes do partido no Congresso e os cinco governadores da sigla: Rui Costa (BA), Camilo Santana (CE), Fernando Pimentel (MG), Tião Viana (AC) e Wellington Dias (PI). O ex-presidente, inclusive, foi recebido com gritos de "Brasil urgente, Lula presidente".
Durante o encontro do Diretório Nacional, diversos membros do PT criticaram a decisão do TRF-4, alegando que não há provas contra o ex-presidente e que o mesmo é vítima de "um golpe e de perseguição política".
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Na quarta, o colegiado do TRF-4 de Porto Alegre, segunda instância da Justiça, confirmou por unanimidade a sentença do juiz Sérgio Moro, que condenou Lula no caso do tríplex do Guarujá. E foi além, elevando sua pena de 9 anos e seis meses de prisão para 12 anos e um mês. Além disso, autorizou a prisão imediata do líder petista, após serem esgotados os recursos de sua defesa.
Veja vídeo da reunião que lançou Lula como candidato à Presidência da República
Ficha limpa
Apesar da Lei da Ficha Limpa prever que políticos condenados em segunda instância não podem ser candidatos, a decisão do TRF-4 não tira Lula da eleição automaticamente. Uma possível impugnação da candidatura do petista cabe somente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deverá levar em conta o que prevê a Ficha Limpa na hora de analisar o caso do ex-presidente.
Red; DN