Sem dinheiro no cofre, o governo do Ceará decidiu adiar para 2016 um pacote de projetos para a Segurança Pública. Seriam medidas já anunciadas pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) que iriam reforçar o combate à altíssima criminalidade que atinge o estado e que o colocou no topo do ranking dos mais violentos do País.
Entre os projetos adiados, alguns fazem parte do programa “Em Defesa da Vida”, lançado em outubro último pelo governador Camilo Santana (PT). Ficou para 2016, por exemplo, a implantação de dez novas áreas Integradas de Segurança Integrada (AIS), que se juntarão às 18 já existentes e que formam um cinturão de segurança em todo o estado, reunindo as forças policiais (PM e Polícia Civil), Corpo de Bombeiros e Perícia Forense do Ceará (Pefoce).
As 10 novas AIS deveriam ser instaladas para a criação de outra estratégica de combate ao crime, 25 Unidades de Segurança (Uniseg), que são, na verdade, pequenas companhias do Ronda do Quarteirão nas áreas consideradas mais críticas de Fortaleza e da Região Metropolitana (RMF).
Desculpas
Sem dinheiro para bancar os altos custos com a compra de novas viaturas, o secretário da Segurança, delegado federal Delci Teixeira, argumentou para a Imprensa que o adiamento da aquisição dos novos veículos se deu por conta de “problemas licitatórios”.
“Não podemos ter uma viatura que custa R$ 75 e pagarmos R$ 104 mil. Talvez haja um pequeno atraso no lançamento dos projetos, pois precisamos ter novas viaturas”, afirmou.
Outra medida que Teixeira projeta é a reestruturação da Polícia Militar para os próximos três anos que restam do governo de Camilo Santana. Embora ele não tenha revelado que medidas seriam estas, o secretário deixou entender que se trata de efetivo. “O governador me cobrava e fizemos um planejamento para o efetivo da PM para os anos 2016,2017 e 2018”.
Denúncias
Enquanto o governo estadual recua nos projetos para combater a criminalidade em alta no estado, na Assembleia Legislativa as denúncias feitas pelo deputado estadual Heitor Férrer (PSB) envolve os milionários gastos que o governo anterior fez na aquisição e manutenção de carros de luxo importados para a frota das polícias Civil e Militar e para a Perícia Forense (Pefoce): as Hilux.
Conforme o parlamentar, nos últimos anos, o Governo do estado gastou a bagatela de R$ 180 milhões na compra de 1.287 viaturas e teve um gasto de mais R$ 65 milhões na manutenção desses veículos.
Edição: Fernando Ribeiro.
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