Um homem foi preso e quase 100 quilos de maconha prensada foram apreendidos durante o fechamento de um laboratório de drogas localizado em Capuan, Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Uma operação da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), através da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), resultou na captura, ainda, de material utilizado para o desdobramento de entorpecentes.
Conforme as investigações, há indícios que o produto apreendido tenha sido originado no Paraguai. As drogas, ainda de acordo com os investigadores, seriam comercializadas no Ceará durante as festas do Carnaval.
Os trabalhos tiveram início ainda na primeira semana desse mês de janeiro. Contudo, as investigações foram aprofundadas através do fechamento de outro laboratório de drogas, na última quarta-feira (20), no bairro Tabapuá, também em Caucaia.
Naquela ocasião, dois adultos foram presos e um adolescente acabou apreendido. Através das informações obtidas nas apurações, os policiais civis chegaram até o nome de um homem que seria proprietário de um outro laboratório de refino de drogas, desta vez, no bairro Capuan. Ligações anônimas realizadas à DCTD indicavam que Manoel Jonathe de Souza Feitosa, de 31 anos, mesmo morando no bairro Novo Maracanaú, em Maracanaú, RMF, comandaria uma rede de refino e distribuição de entorpecentes em Caucaia. Uma residência, localizada na Rua São José, em Capuan, serviria como depósito do material.
Teve início uma ação investigativa que levou os policiais civis à informação que Manoel receberia um carregamento de drogas no sábado (23). Naquele dia, desde as 5h, as equipes da DCTD fizeram revezamento, acompanhando a movimentação do homem em Maracanaú e na residência em Caucaia.
Aquele dia foi bastante agitado para Manoel. Véspera do aniversário dele, o suspeito percorreu alguns bairros da Capital.
Havia acabado de anoitecer quando Manoel retornou para casa em Maracanaú. Diria que pretendia trocar de roupa e seguir para uma comemoração com alguns amigos, que preparavam uma festa surpresa.
Presente
Contudo, ao chegar ao imóvel, no lugar de bolo, balões e refrigerante, o aniversariante foi recepcionado pelos policiais civis da DCTD. Naquela residência, após verificações, foram encontrados meio quilo de cocaína, certa quantidade de crack e uma balança de precisão. Ao mesmo tempo, uma outra equipe da Polícia Civil abordava a outra residência indicada nas investigações, localizada em Caucaia.
No endereço, em que não havia ninguém, foram encontrados aproximadamente 100 quilos de maconha, distribuídos em tabletes, uma prensa hidráulica, certa quantidade de cocaína, utensílios para fabricação de crack, incluindo eletrodomésticos e até potes de suplemento alimentar que, para os investigadores da DCTD, serviriam para misturar com a droga.
O diretor da DCTD, delegado Sérgio Pereira dos Santos, destaca que a Especializada vem realizando ações visando minimizar o fluxo de drogas no Estado durante o período momino.
"Cumprindo determinação da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e da Delegacia Geral, a Polícia Civil vem intensificando o trabalho de investigação de tráfico de drogas, principalmente neste período que antecede o Carnaval.
O Manoel já era alvo nosso, tínhamos o cadastro dele aqui. Mas mais uma vez, tivemos a parceria com a população. Muitas ligações chegaram aqui e deram o nome dele, dizendo que tinha um laboratório. Cruzamos as informações e tínhamos certeza que ele estava abastecido. Sabíamos que ele tinha um laboratório", relatou.
Negou
Aos policiais, o suspeito negou ser o proprietário da maconha apreendida. Disse apenas ser usuário e alegou que a cocaína era para consumo próprio. Porém, a Polícia Civil garante não ter dúvidas sobre a participação de Manoel no esquema. "Ele tenta se desvincular do material. Mas o que liga o Manoel a essa droga encontrada no laboratório é a prensa hidráulica.
Faltavam peças, que foram encontradas na residência dele. A cocaína localizada no casa é a mesma que estava no laboratório, de mesma qualidade. E nosso serviço de campo, de inteligência, nos dá a certeza de que essa droga é dele", enfatizou o delegado Sérgio Pereira.
Manoel já responde por tráfico de drogas, associação para o tráfico, furto, homicídio e formação de quadrilha. Conforme o delegado, há pelo menos outras três pessoas também participantes do grupo criminoso. "Há outras três pessoas identificadas. A residência era guarnecida por um casal, e ele tem uma pessoa que faz o serviço de corre, que vai buscar a droga no depósito, faz as entregas. Esse é o número mínimo que estamos trabalhando dessa organização. Não vamos divulgar os nomes por segurança da informação e para preservar a investigação", afirmou.
Conforme o mapeamento feito pela Polícia, o material entorpecente seria importado. Entretanto, as investigações estão em andamento e não foi ainda possível afirmar efetivamente qual a origem da droga, conforme o diretor da DCTD. "A certeza que temos é que esse laboratório movimentava muita droga. Transformava muita cocaína em crack.
Vamos tentar agora refazer o percurso da droga, tentar descobrir de onde ela é originária, acreditamos que seja do Paraguai. Vamos tentar subir um degrau, descobrir quem vendeu essa droga para o Manoel. Temos 30 dias para concluir o inquérito policial", disse.
Diário do Nordeste