Com apenas 17 anos, o estudante, José Edvaldo Lima Filho, foi aprovado no curso de medicina da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Além da aprovação na Uece, o adolescente está na lista de espera do curso de medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC), com apenas duas pessoas à frente.
Filho de uma professora de Química e de um funcionário de oficina mecânica, Edvaldo foi aprovado por meio do sistema de cotas raciais e por cursar, com aprovação, as três séries do ensino médio em escola pública.
O 1º e 2º anos foram cursados no Instituto Federal do Ceará (IFCE) e o 3º ano foi concluído na EEFM Figueiredo Correia, localizada no bairro Benfica.
De acordo com Edvaldo, a conquista veio após três anos de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Inclusive, no ano passado, ele diz ter obtido nota suficiente para cursar Direito na universidade, mas foi impedido por não ter concluído o ensino médio.
No exame, o estudante obteve melhor desempenho na prova objetiva de Matemática e suas Tecnologias (839.9) e na Redação (800).
Conforme a coordenadora pedagógica da escola, Luiza Salgueiro, o jovem se destaca por sua dedicação contínua aos estudos.
"Ele tem até um problema na perna e faz fisioterapia duas vezes por semana. Neste dias, ele chega mais tarde, mas nem por isso deixa de ser um aluno dedicado", elogia.
"Desistir jamais"
Apesar de ter que abrir mão de muitos momentos de lazer, como jogar vídeo game ou restringir o uso da internet, para focar e ampliar seu tempo de estudo, Edvaldo diz que não se arrepender.
"Desde muito pequeno tinha esse objetivo e via essa oportunidade. Fiquei sem reação quando vi meu nome nas listas. Foi a realização de um sonho", ressalta o estudante, que aproveita para dar dicas a quem não se saiu tão bem ou se prepara para o próximo vestibular.
"Primeiro é preciso ser confiante. Se não conseguiu, ganhou experiência. Desistir jamais", aconselha o jovem.
Segundo ele, outro segredo para conquistar a aprovação é não encarar o estudo como uma obrigação e ter "discernimento de que aquilo vai ser importante".
Esta, segundo ele, seria a parte mais complicada do processo, que também exige organização e apoio das pessoas mais próximas.
"O grande mérito vai para a família e para a escola que estão sempre incentivando, dando ânimo para os alunos, mostrando que eles são capazes", frisa.
Lígia Costa
O POVO Online