Fortes chuvas registradas na região 'ressuscitaram' o reservatório da cidade, que estava completamente seco e tinha até plantação de milho
Os moradores do município de Quixeramobim, na região do Sertão Central e Inhamuns, já tinham se acostumado a ver o açude da cidade completamente seco. Em um registro feito em fevereiro deste ano, era possível visualizar até uma plantação de milho onde deveria existir água. Com as fortes chuvas que caíram na região neste mês de abril, no entanto, o reservatório renasceu e já conta com mais de 70% da capacidade preenchida, o que impressionou a população local.
Segundo dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídrico (Cogerh), até a última segunda-feira (16) o volume de água do açude de Quixeramobim era de apenas 6,14%, passando para 73,23% no levantamento feito nesta quinta-feira (19). O resultado, portanto, mostra que apenas três dias de boas chuvas foram suficientes para tirar o reservatório de seu volume morto. Lá, choveu 65mm de segunda para terça-feira e 33mm de domingo para a segunda.
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Ao longo do mês, Quixeramobim chegou a registrar, no último dia 13, chuvas de até 79 mm, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Um dia antes, choveu 76 mm no município, outra precipitação que ajudou o açude da cidade a começar a sair do volume morto. Segundo o administrador do reservatório, construído e mantido pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), João Eudes da Silva, ele chegou à cota de 1,35m do nível máximo da sua parede para começar a verter água rio abaixo.
Possibilidade de sangrar
Ainda conforme João Eudes, com a elevação do nível da água, também aumentou a área de captação hídrica do açude de Quixeramobim, causando assim a expectativa de vir a sangrar com as próximas chuvas rio acima, como ocorreu há sete anos, quando atingiu seu volume máximo pela última vez.
Outro fator está associado à capacidade atual do açude. Quando foi construído, na década de 1960, podia armazenar 54 milhões de m³. Com o passar dos anos, o assoreamento contínuo provocado pelo arrasto da correnteza do seu principal manancial reduziu seu aporte para pouco mais de 10%.
Ressalta João Eudes da Silva que há possibilidade de a barragem sangrar ainda neste ano em razão de vários córregos a desaguarem nela. Antes de 2008, quando as obras do Açude Fogareiro, mais acima, ainda não tinham sido concluídas, o espetáculo das águas à beira da rodovia já estaria acontecendo. Agora o outro reservatório, atualmente com 3,71% do seu volume, o equivalente a 4,3 milhões de m³, barra 46Km das águas do rio.
Com informações do colaborador Alex Pimentel.