28/05/2025
Uma operação da Polícia Civil do Ceará resultou na prisão de oito pessoas nesta terça-feira (27), suspeitas de integrar um esquema fraudulento que enganava clientes da Justiça por meio do golpe do “falso advogado”. O grupo criminoso atuava se passando por defensores legalmente contratados, utilizando nomes e imagens reais de profissionais para extorquir valores sob pretextos processuais.
As prisões aconteceram nas cidades de Fortaleza, Cruz, Maracanaú e Jardim. Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), os detidos — sete homens e uma mulher — seriam responsáveis pela movimentação financeira do grupo, operando as contas para onde os valores das vítimas eram transferidos.
A investigação revelou que os criminosos conseguiam acessar processos judiciais em andamento, extraindo informações sensíveis como o nome das partes, o tipo da ação e os advogados envolvidos. De posse desses dados, criavam perfis falsos em aplicativos de mensagens, replicando a identidade dos verdadeiros defensores.
Com os perfis prontos, os golpistas faziam contato direto com as vítimas, alegando necessidade de pagamento imediato para custas de cartório ou outras supostas despesas judiciais. Convencidas pela familiaridade dos dados e pela aparência verossímil da abordagem, muitas vítimas efetuavam as transferências sem desconfiar da fraude.
Durante a operação, foram apreendidos diversos aparelhos celulares que agora passam por perícia. A expectativa é que o material contribua para a identificação de outros envolvidos e para a ampliação das investigações.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Ceará (OAB-CE) acompanhou a operação e informou, por meio de nota, que já recebeu mais de 500 denúncias sobre esse tipo de golpe em todo o estado. A entidade destacou que vem intensificando ações de conscientização para combater a prática criminosa.
“A OAB-CE tem investido em campanhas de orientação em rádios, blogs, outdoors e mídias digitais. Nossa prioridade é proteger a população e preservar a imagem da advocacia cearense”, afirmou a presidente da entidade, Christiane do Vale Leitão. Ela garantiu que a fiscalização será contínua. “Seguiremos atuando com firmeza contra esse tipo de crime, que causa prejuízo não apenas financeiro às vítimas, mas também à credibilidade da profissão jurídica”, completou.
