Russas. Moradores da Península do Curupati, localizada próximo à parede da barragem do Açude Castanhão, em Jaguaribara, se assustaram com os tremores de terra registrados no início da manhã da última segunda-feira. Os sismos foram confirmados pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN). O tremor foi de magnitude 2.8 na Escala Richter, entre Jaguaribara e Iracema. Segundo o coordenador geral do complexo do Castanhão, José Ulisses de Souza, os sismos ocorrem devido à diminuição do peso da água sobre as rochas. Segundo relatou o morador da península do Curupati, professor Francisco Xavier da Silva, foi a primeira vez que o tremor foi sentido com mais intensidades pelos moradores da localidade.
Quem estava dentro de casa sentia o chão tremer, as telhas rangendo, as panelas batendo uma na outra. Quem estava dentro de casa correu para fora, porque ficou assustado", relatou. Ainda segundo o professor, não houve relatos de que casas tenham sido destelhadas com o tremor. Segundo informações do LabSit/UFRN, o epicentro preliminar foi determinado no município de Iracema, na divisa com o município de Jaguaribara. Segundo explicou Ulisses, esses tremores podem ocorrer em regiões que possuem grandes reservatórios, e tem como causa o peso que o recurso hídrico exerce sobre as rochas.
"Esses são sismos induzidos pelo peso da água. Sempre que estiver recarregando a bacia ou esvaziando, eles podem ocorrer. Como não estamos tendo o esvaziamento da bacia, está sendo mais leve o peso sobre essa rocha, daí então a acomodação da rocha", explicou.
Ainda de acordo Ulisses, não há registro no Castanhão de sismo natural provocado por uma falha geológica. "Por isso foi dado o parecer favorável para a construção da barragem neste local", afirmou.
O agricultor Joselito Dantas relatou que estava a caminho de suas terras quando aconteceu os tremores. "Aconteceu por voltar de 7h30min. Eu estava na roça, sentado na moto e com o pé no chão quando o chão tremeu. Foram dois, um seguido do outro. O primeiro deu pra sentir bem, tipo um vácuo quando passa um carro e um som que parece de trovão", relatou.
Segundo ele, foi a primeira vez que sentiu o sismo, mas que já ouviu falar que aconteceu casos parecidos na região de Mimeiro, próximo ao Curupati. Ainda conforme ele, os moradores ficaram assustados com o ocorrido, já que isso não é frequente na localidade.
Esse foi o segundo tremor de terra registrado este mês no Estado do Ceará. No dia 1º passado, um tremor de magnitude de 2.5 graus foi registrado em Paramoti, a 103Km de Fortaleza, sendo apontado pelas estações sismográficas de Morrinhos e Sobral. O tremor teve o epicentro estimado em 7,5km de distância do centro da cidade.
Créditos ao Diário do Nordeste.