Dezenove membros de uma quadrilha interestadual, entre eles cinco carteiros, foram presos, na manhã desta terça-feira (8), durante a operação 'Puro Malte', deflagrada pelo Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil do Amazonas. Entre os crimes cometidos estavam estelionato, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e esquema de aposentadorias fraudulentas. Segundo a polícia, o principal foco do grupo era comprar cartões de créditos fornecidos por carteiros do Correios, que entregavam a correspondência junto às senhas dos cartões à quadrilha. Ao todo, a polícia estima que o grupo tenha movimentado um total de R$ 10 milhões em 2013.
Durante a operação foram cumpridos 10 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão. Foram apreendidos com a quadrilha um total de 10 veículos, dos quais pelos menos três, como BMW e Hillux, são considerados carros de luxo pelo mercado. Além disso, foram recolhidos 77 cartões de crédito, 26 folhas de cheques em branco, aparelhos eletrônicos, duas armas e mais de 100 munições de calibres diferenciados. Ao todo, R$ 63,1 mil em espécie, entre dólares e reais, foram encontrados com o grupo.
Entre os presos estão cinco carteiros suspeitos de vender cartões de créditos e senhas de terceiros para a quadrilha, além do gerente de uma rede de supermercados conhecida deManaus. O gerente é suspeito de facilitar a lavagem de dinheiro do grupo por meio da compra de grandes quantidades de cerveja que seriam revendidas em distribuidoras de bebidas. De acordo com a polícia, o gerente tinha conhecimento de que os cartões de crédito não pertenciam ao comprador e não exigia, por esse motivo, a apresentação de documentos do titular do cartão de crédito utilizado para a compra.
Segundo o diretor do DRCO, Sandro Sarkis, a quadrilha atuava com métodos sofisticados, e possuía células em Manaus, Fortaleza (CE), Porto Velho (RO), Várzea Grande (MT) e Cuiabá (MT). "Era uma quadrilha que utilizava de meios sofisticados nas suas ações e que dificultou muito o trabalho da polícia, ao ponto de ter cooptado pessoas dentro da Empresa de Correios e Telégrafos que forneciam as correspondências com os cartões e senhas. E não era qualquer tipo de cartão, precisava ser corporativo ou de vítimas residentes de áreas nobres de Manaus, pois o limite desses cartões era mais alto, justamente para minimizar os riscos e otimizar os ganhos em cima do dinheiro dos outros", relatou o delegado.
Site G1