A Secretaria de Segurança e Defesa Social (SSPDS) contesta estudo divulgado pela ONG mexicana Consejo Ciudadano para la Seguridad Publica e Justicia Penal, que classificou, em 2015, a Capital cearense e a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) as cidades mais violentas do País e ainda 12ª do mundo.
A ONG se baseou na relação entre o número de homicídios/100 mil habitantes de cada município.
De acordo com a nota enviada a imprensa pela SSPDS, na coleta de dados para a formulação do estudo mexicano foram observadas “inconsistências” e “disparidades”.
“Além dessas inconsistências metodológicas, causa preocupação que sejam amplamente divulgadas essas informações, sem um rigor mínimo quanto à verificação da metodologia e da confiabilidade dos dados”, diz.
A nota enviada a imprensa classificou como “inconsistências” e “disparidades”:
A fonte de dados: Há cidades em que a fonte dos dados utilizada é oficial, em outras a ONG utiliza fontes alternativas, como dados obtidos por notícias de portais da internet/mídia, e há ainda casos em que a quantidade divulgada é uma estimativa, baseada em dados parciais.
O método de contagem: São colocadas em um mesmo patamar as cidades que contabilizam vítimas de CVLI (caso das cidades cearenses); as que contam apenas vítimas de homicídios; bem como as que contam esses crimes por ocorrências e não pelo número de vítimas (diminuindo assim o número final).
A seleção das cidades/Mundo: A pesquisa faz um “ranking mundial”, no entanto não são coletados dados de todas as cidades. Somente são consideradas cidades com 300 mil habitantes ou mais. E apenas considera as cidades que possuem dados acessíveis pela internet, ou seja, se uma cidade com mais de 300 mil habitantes não publica as estatísticas na internet nem apresenta cobertura da mídia digital com esses dados, fica de fora do estudo.
A dimensão temporal: Nas cidades em que a organização não consegue dados do ano analisado, nesse caso 2015, ela utiliza dados do ano imediatamente anterior, presumindo que não houve variação. Ou seja, há cidades sendo comparadas num ranking de 2015 com dados de 2014.
Maioria no Nordeste
De acordo com o estudo mexicano, das 21 cidades brasileiras disponibilizadas no ranking, 12 estão no Nordeste. Junto à cidade de Fortaleza, Natal (RN) lidera a lista das cidades nordestinas que são consideradas com maiores taxas de homicídios do Brasil. Após as duas, segue a ordem (cidades nordestinas): Salvador e Região Metropolitana (BA), João Pessoa (PB), Maceió (AL), São Luís (MA), Feira de Santana (BA), Teresina (PI), Vitória da Conquista (BA), Recife (PE), Aracaju (SE) e Campina Grande (PB).
O POVO Online