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terça-feira, 10 de novembro de 2015

De dentro do presídio, em Caucaia, bandidos comandam tráfico no Parque Leblon e ordenam morte de PMs


Instalado a poucos metros do lixão de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, o Presídio do Carrapicho se transformou numa central de crimes. Dali, partem ordens de bandidos como traficantes, chefes de quadrilhas, assaltantes de banco e homicidas, para que seus comparsas em liberdade pratiquem toda sorte de delitos, que vão de simples golpes a sequestros e até morte de policiais.

Superlotado, inseguro, desguarnecido e  com poucos agentes penitenciários e policiais para vigiar mais de mil detentos, o presídio há muito deixou de ser uma Casa de Privação Provisória da Liberdade (CPPL). Se  transformou em um depósito de bandidos de alta periculosidade, onde o tráfico de drogas acontece livremente e telefones celulares em profusão são as “armas” para a comunicação dos chefes do crime com seus parceiros soltos nas ruas da Capital cearense e da zona metropolitana.

A mais recente confirmação de tudo isso que foi descrito já teve a confirmação da própria Polícia Militar. Criminosos que ali estão encarcerados deram ordem para que os comparsas fuzilem policiais militares que tentem desmantelar a rede de tráfico de drogas e armas na comunidade Parque Leblon, nas margens da foz do Rio Ceará, em Caucaia.

As ameaças aos militares do 12º Batalhão (12ºBPM/Caucaia) foram, inclusive, postadas nas redes sociais. Sem nenhum pudor ou temor, os bandidos encarcerados passam as ordens para os integrantes de suas quadrilhas, determinando que eles devam defender a qualquer custo o domínio  de território no tráfico de drogas e, para isto, devem, “metralhar” policiais que se aventurarem a tentar entrar naquela região.

Além disso, moradores do lugar devem “colaborar” com o tráfico e, caso ajudem a Polícia, serão também mortos.  Há relatos, confirmados pela PM< do assassinato de moradores que se recusaram a se tornar cúmplices dos criminosos. A Polícia Militar também é constantemente chamada para escoltar famílias que decidem ir embora e precisam de segurança até mesmo na hora da mudança.

Idêntica

A situação pela qual passa hoje a comunidade do Parque Leblon, em Caucaia, é semelhante ao que aconteceu nos últimos anos em outro bairro de Fortaleza. Em Messejana, a comunidade São Miguel se transformou em uma espécie de “cidade fantasma” por conta de uma sequência de mortes provocadas pela inimizade entre gangues da Mangueira e do Coqueirinho, que, na verdade, são gangues que atuam por ordem de traficantes.

Muitas famílias decidiram abandonar literalmente suas casas, por não suportar os constantes tiroteios, assassinatos, pessoas baleadas e ameaçadas. Houve casos de mães que perderam todos os filhos para o tráfico, isto é, enveredaram pelo caminho das drogas e acabaram mortos na “guerra” das gangues.

“Infelizmente, o Parque Leblon virou uma filial do tráfico”, disse o coronel PM Barbosa, comandante do 12º BPM se referindo à grave situação naquela comunidade que fica ás margens do mangue do Rio Ceará, uma das vistas mais bonitas da Grande Fortaleza, no limite entre a Capital e Caucaia. 

Blog do Fernando Ribeiro