-->

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Menores infratores: Capitão Wagner diz que medidas oficiais são paliativas e que governo só agiu "depois da tragédia"


“Isso não vai resolver coisa alguma. São medidas paliativas que não vão solucionar essa crise grave que o governo só decidiu agir depois de uma tragédia”.

A declaração partiu, na manhã desta terça-feira (10), do deputado estadual Capitão Wagner (PR), ao criticar o anúncio pelo governo estadual de um “plano de estabilização” que visa contornar a crise nos centros educacionais que abrigam adolescentes infratores. Motins, fugas e destruição culminaram, na última sexta-feira, em mais uma rebelião que deixou um menor morto e outros feridos, além do fechamento de duas unidades.

O parlamentar reprovou a atitude do governo estadual diante da demora na adoção de providências. “Quantas vezes subi aqui nesta tribuna para denunciar esta situação e nada foi feito. Agora, depois da tragédia, vem o governo com medidas que são meramente um paliativo e que não vão resolver absolutamente nada”, disparou.

Wagner citou cada uma delas. A primeira, quando o governo afirma que determinou a instauração de inquérito para apurar o fato. “Isso é medida emergencial? Não, isso seria apenas uma obrigação do estado. Quando acontece um crime, é obrigação do estado abrir um inquérito através da Polícia Judiciária”.

Sem estrutura

Sobre a transferência dos internos após a destruição dos centros educacionais São Miguel e São Francisco, o deputado afirma que as “unidades transitórias” que o estado anunciou como abrigo provisório, na verdade, não possuem nenhuma estrutura para tal fim. Um deles é o Presídio Militar, construído para outra destinação. O segundo, uma escola desativada no bairro Damas (Colégio Salesiano Dom Lustosa). “Nenhum deles, sequer, foi preparado para abrigar adolescentes infratores”.

Por fim, Wagner citou ainda outra medida paliativa, mas que foi  anunciada pelo governo para ser implementada a médio e longo prazo;  um convênio  da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (responsável pela administração dos centros educacionais)  coma Secretaria da Saúde para acompanhamento médico dos adolescentes. “Se não estão conseguindo cuidar da saúde de quem está em liberdade, imaginem de quem está preso”, alfinetou.

Ele ainda citou que “alguém deve está gostando muito dessas rebeliões e destruição dos centos”, pois, segundo o deputado, as mesmas empresas são rotineiramente contratadas sem licitação para fazer o reparo nas unidades educacionais quando  ocorrem as depredações. “São sempre as mesmas empresas. Isso dá dando muito dinheiro para as mesmas pessoas. Quanto mais rebeliões e destruição melhor para elas”. 

Blog do Fernando Ribeiro