Seis a cada dez brasileiros avaliam a saúde do país como ruim ou péssima, aponta pesquisa Datafolha encomendada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). O levantamento inclui as redes pública e privada.
Quando se trata apenas de avaliar o SUS (Sistema Único de Saúde), o índice de ruim ou péssimo foi de 54%.
A pesquisa entrevistou 2.069 homens e mulheres acima de 16 anos, entre os dias 10 e 12 de agosto, em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
É o segundo ano da pesquisa. Os resultados são os mesmos obtidos em 2014.
Segundo a amostra, 24% dos brasileiros dão nota zero para a saúde em geral, em escala de zero a dez; 20% dão nota cinco. No SUS, 18% deram zero e 19%, cinco.
Mulheres, moradores do Sudeste, os mais escolarizados e quem tem plano de saúde são os mais críticos, tanto ao sistema de saúde em geral como em relação ao SUS.
Por outro lado, a população que vive no interior é a mais favorável ao sistema de saúde. Quanto ao SUS, o apoio reside entre aqueles que não têm planos de saúde e usam o sistema.
Segundo a pesquisa, o índice dos que usaram o SUS caiu em relação ao ano passado de 89% para 83% -a maior parte (83%) não tem plano de saúde. Atendimentos em postos de saúde e consultas médicas foram os serviços mais procurados.
Os entrevistados também classificaram os tipos de serviço. O atendimento nos postos de saúde e a distribuição de remédios foram os serviços aos quais os usuários têm mais facilidade de acesso.
Já o tempo de espera, segundo os entrevistados, é o que mais contribui para o mau atendimento (36%), seguido da falta de médicos (19%).
Três em cada dez pessoas aguardavam atendimento ao serem entrevistados.
Para o presidente do CFM, Carlos Vital, é preciso mais “competência administrativa para boa utilização dos recursos que são disponíveis”.
OUTRO LADO
Ao comentar o estudo, o Ministério da Saúde diz investir “fortemente” em toda a rede de atenção à saúde —e que o montante para a atenção básica passou de R$ 9,7 bilhões em 2010 para R$ 20 bilhões em 2014.
Segundo o ministério, o projeto Farmácia Popular distribui 112 itens com até 90% de desconto e recebeu investimento de mais de R$ 5,7 bilhões nos últimos três anos; neste ano o orçamento é de R$ 2,8 bilhões.
“Esse modelo do SUS é o que permite que a rede seja capaz de manter índices de vacinação perto de 90%, de realizar mais 4,1 bilhões de procedimentos ambulatoriais, 1,4 bilhão de consultas médicas, 11,4 milhões de internações e 19 milhões de procedimentos oncológicos.”
Com informação da Folha de São Paulo