O Ministério Público Federal do Paraná deverá denunciar nesta semana cerca de 20 investigados na sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada em novembro pela Polícia Federal para investigar lavagem de dinheiro e que resultou na descoberta de um esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.
Se o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, aceitar as denúncias do Ministério Público, os investigados passarão a ser réus.
Segundo investigadores que atuam na Lava Jato, entre os cerca de 20 denunciados devem estar 11 executivos de empreiteiras presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, conforme adiantou no último sábado ao Jornal Nacional o procurador-geral da República, Rodrigo Janot; o doleiro Alberto Youssef; o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa; o lobista Fernando Baiano; além de outros executivos investigados na sétima fase que foram soltos.
Esses investigadores disseram, sob condição de anonimato, que as denúncias do MP indicarão ao menos quatro crimes praticados pelos investigados: lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva e organização criminosa.
A expectativa é que o Ministério Público divulgue a lista dos denunciados nos próximos dias, em Curitiba (PR), mas, segundo a assessoria do órgão, ainda não há definição sobre se o anúncio ocorrerá nesta quarta (10) ou na quinta (11).
A sétima fase da Lava Jato foi deflagrada no mês passado e levou 25 investigados – em sua maioria, executivos de empreiteiras – à prisão.
Eles ficaram detidos na Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense. Desses 25, 12 ainda estão detidos na carceragem.
Entre os presos, estavam o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque – que já foi solto – e Fernando Soares, conhecido como “Fernando Baiano” e apontado pelo doleiro Alberto Youssef como operador do PMDB no esquema de corrupção – o que o partido nega.
Nesta quinta (11), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se reunirá com os procuradores locais, em Curitiba, para definir quais medidas podem ser tomadas depois que o Ministério Público oferecer as denúncias contra os investigados. Além disso, há expectativa de que Janot se encontre com o juiz Sérgio Moro na sede da Justiça Federal do Paraná
Lava Jato
A operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
A operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe do esquema, e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
A nova fase da operação policial teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões.
Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, foram expedidos, nesta sétima etapa, 85 mandados em municípios do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Distrito Federal.
Conforme balanço divulgado pela PF, além das 25 prisões, foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão. Também foram expedidos nove mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir à polícia prestar depoimento), mas os policiais conseguiram cumprir seis.
Fonte: G1