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sábado, 22 de março de 2014

PM ocupa favelas do Rio em preparo para chegada de forças nacionais


A Polícia Militar ocupa favelas em vários pontos do Rio, neste sábado (22), em preparo para a chegada das forças federais, que vão reforçar a segurança na cidade, como mostrou o RJTV. Desde a noite de sexta-feira (21), o Batalhão de Operações Especiais (Bope) ocupa as comunidades Parque União e Nova Holanda, no Conjunto de Favelas da Maré, Zona Norte Rio.

A Polícia Militar ocupa também os morros do Juramento e Juramentinho, em Vicente de Carvalho, Para Pedro, no Colégio, e Chapadão, em Costa Barros, todos no Subúrbio.
Durante a ação, um homem foi preso e um menor apreendido, um deles por tráfico e outro por receptação no Morro do Chapadão. Cinco veículos roubados foram recuperados e os agentes também apreenderam 39 papelotes de cocaína e 100 cápsulas da droga. A ocupação teve início por volta das 20h, segundo a PM.

O Bope já ocupava o Conjunto de Favelas do Alemão desde sábado (15). A assessoria da secretaria estadual de segurança informou que o esquema de reforço do Exército nas comunidades cariocas será definido em uma reunião na segunda-feira (24). O encontro deve reunir representantes do governo do estado, o ministro da Justiça José Eduardo Cardoso e o chefe do estado-maior das Forças Armadas, José Carlos de Nardi.

Mortos e apreensões
De acordo com a Polícia Militar, dois suspeitos morreram após trocarem tiros com PMs na favela Para Pedro.Três homens foram detidos e um menor apreendido. Foram confiscados ainda um fuzil, uma metralhadora, duas pistolas, drogas, telefones e munição. Também foram encontradas quatro granadas defensivas, que, segundo a PM, são de de uso exclusivo das forças armadas. Não há informações sobre como os criminosos tiveram acesso ao artefato.
Até as 17h deste sábado, também tinham sido apreendidos sete quilos de maconha prensada e três de cocaína, um fuzil AK 47, dois carregadores de pistola e uma granada no conjunto de favelas da Maré. Na Comunidade Nova Holanda foram apreendidos uma pistola, um carregador, munições, uma granada lacrimogênio, quatro balanças de precisão, quatro rádios portáteis, 91 cápsulas de cocaína e meio quilo de maconha.
No Parque União, o Bope apreendeu um fuzil, uma granada, carregadores de pistola e drogas na favela Parque União, na Maré. Não houve troca de tiros e as ocorrências foram encaminhadas para a 21ª DP (Bonsucesso).
Varredura na Maré
O Bope está atuando na Maré com um efetivo de 120 homens e tem o apoio do Grupamento Aéreo do Comando de Operações Especiais (Coe). De acordo com o batalhão, o objetivo é fazer uma "varredura" na área.
A ocupação acontece após uma série de ataques a bases de UPP na quinta-feira (20). Sete favelas pacificadas tiveram registro de ofensiva de criminosos somente em 2014, como levantou o G1.
Em reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, na sexta, o governador Sérgio Cabral pediu auxílio de forças federais de segurança. O Comando Militar do Leste (CML) informou ao G1 na manhã deste sábado que ainda não há previsão para início de atuação do Exército na Maré ou em outras comunidades do Rio.
Em um dos ataques, o mais grave, o comandante da UPP Manguinhos, capitão Gabriel Toledo, foi baleado na coxa e cinco bases da UPP Mandela, além de dois carros da PM, foram incendiados. Outro policial ficou ferido. Para especialistas ouvidos pelo G1, o projeto não corre risco, mas precisa de apoio.
Após reunião do gabinete de crise, na madrugada de sexta, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que os ataques teriam sido orquestrados por uma facção criminosa e que a ordem teria partido de dentro de presídios.
"Nós temos, sim, confirmado. Eu posso dizer isso a vocês, nós temos isso confirmado. E o que nós viemos fazer aqui [reunião no Centro Integrado de Comando e Controle] é exatamente um plano para que nós possamos proteger sem dúvida nenhuma a cidade de mais esta crise", afirmou Beltrame.
Ações orquestradas
A Polícia Militar do Rio de Janeiro acredita que as ações criminosas que ocorreram em três UPPs da Zona Norte tenham sido orquestradas. O comandante-geral das UPPs, Coronel Frederico Caldas, disse na manhã desta sexta-feira (21) que nunca houve um evento tão extremo como o que ocorreu em Manguinhos.
"Não temos mais dúvidas de que o que aconteceu em Manguinhos, Arará, Mandela e Camarista/Méier foram ações orquestradas. Apesar de ser uma área de hostilidade, em Manguinhos nunca tivemos um evento tão extremo como o que aconteceu ontem. Cinco das sete bases foram incendiadas e algumas viaturas também", disse coronel Frederico Caldas.
Apesar da relação entre os ataques, Caldas exclui a troca de tiros no Conjunto de Favelas do Alemão desta lista. Segundo ele, a ação no Alemão, também na noite de quinta, foi pontual. Créditos ao site G1.