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sábado, 22 de março de 2014

Papa nomeia vítima de abuso para comissão sobre pedofilia na Igreja

O papa Francisco nomeou a irlandesa Marie Collins, 66, que foi abusada sexualmente na infância por um padre, para uma das oito vagas na nova comissão para proteção de crianças e adolescentes da Igreja Católica. Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, o grupo será responsável pelas diretrizes de uma outra comissão, que avaliará a reação da instituição aos casos de pedofilia com o envolvimento de sacerdotes. 
Collins é uma das principais ativistas contra o abuso sexual cometido por padres no mundo. Outro membro conhecido é o arcebispo de Boston, cardeal Sean Patrick O'Malley, um dos pioneiros no combate aos casos de pedofilia na Igreja Católica. Em 2011, ele divulgou documentos que mostraram como sua arquidiocese encobriu o abuso sexual cometido por padres. O outro religioso é o padre argentino Humberto Miguel Yáñez, amigo do papa Francisco. 
Em comunicado, Federico Lombardi disse que a proteção das crianças é uma das prioridades da Igreja Católica e do pontífice. "Olhando para o futuro, mas sem esquecer o passado, a comissão terá a tarefa de promover a proteção dos mais jovens". Segundo ele, isso inclui processos contra os abusadores, uma campanha sobre a exploração sexual infantil e a definição dos deveres civis e clericais da Igreja Católica em relação à pedofilia. 
A comissão foi anunciada em meio às críticas de organizações de direitos humanos e da ONU em relação à atuação da Igreja sobre abusos sexuais cometidos por padres. Para os ativistas, a instituição encobriu os crimes. Em janeiro, o Vaticano disse à Comissão de Direitos da Criança da ONU que expulsou mais de 400 padres acusados de pedofilia. Semanas depois, o órgão das Nações Unidas divulgou um relatório pedindo que os religiosos fossem levados à Justiça. 
Cerimônica lembrou mortos pela máfia italiana 
Em cerimônia para lembrar os mortos pela Máfia na Itália, realizada anteontem, o papa Francisco fez um apelo aos mafiosos para que mudem seu caráter, ou "vão parar no inferno". "Vocês têm o poder e o dinheiro vindo de muitos negócios sujos e muitos crimes. É um dinheiro sangrento e um poder sangrento e vocês não poderão levar isso consigo quando morrerem", disse. 
"Homens e mulheres da Máfia, por favor, mudem suas vidas. Deixem o mal, ainda há tempo de fugir do inferno. Isso é o que lhes espera se seguem nesse caminho." As frases lembram o apelo incisivo feito por João Paulo 2º em 1993. Na ocasião, ele pediu aos mafiosos que se arrependessem ou iam enfrentar "o julgamento dos céus". Créditos ao blog Diário do Nordeste.