17/05/2025
Região Central: Um inquérito policial instaurado pela Delegacia Municipal de Quixadá revelou um caso envolvendo um policial militar afastado por questões de saúde e um suposto agiota que atua como mototaxista na cidade. Segundo relatório final assinado pelo delegado Rodrigo da Silva Pinto, o mototaxista foi indiciado por extorsão e ameaça, conforme o Art. 158 do Código Penal e o Art. 4º da Lei 1521/51.
A vítima, policial militar atualmente afastado, relatou que, desde janeiro de 2024, passou a pegar dinheiro emprestado com um mototaxista do bairro Campo Novo. Ele teria cobrado juros abusivos de 30% ao mês sobre os empréstimos, e, mesmo após pagamentos parciais, passou a ameaçar a vítima por meio de intimidações verbais e mensagens com teor violento.
Segundo o policial, o mototaxista ameaçou enviar “uns caras até a casa do declarante para cobrar” e, caso a dívida não fosse quitada, afirmou que “polícia e merda é a mesma coisa”. O policial contou ter pago R$ 1.000,00 no início de maio e mais R$ 300,00 no dia 10 do mesmo mês, além de estar em posse de um cartão bancário da vítima desde janeiro.
Testemunhas confirmaram a versão da vítima, incluindo o escrivão, que participou da apuração e confirmou que o acusado estava com o cartão da vítima, entregue “por vontade própria”. O mototaxista inicialmente admitiu ter emprestado R$ 200,00, mas depois alegou que o valor da dívida seria de R$ 600,00 devido aos juros. Quando questionado sobre a prática, negou cobrar juros, embora a vítima relatasse pagamentos em valores fracionados e constantes cobranças.
Outro policial civil, também relatou ter acompanhado a ação de investigação e identificado que o mototaxista tentou fugir ao perceber a aproximação dos agentes, sendo posteriormente localizado e abordado.
Na conclusão do relatório, o delegado destaca que o crime de extorsão ficou configurado “pela ameaça de mandar homens irem cobrar a dívida e pela retenção do cartão em razão da agiotagem”, ressaltando a gravidade do fato, sobretudo por envolver um policial militar como vítima.
O caso agora segue para o Ministério Público, e o delegado determinou a remessa imediata dos autos ao Poder Judiciário para providências cabíveis.