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sábado, 16 de março de 2024

Quixeramobim: menino de 11 anos escreve para juíza pedindo que padrasto seja seu pai

Na cidade de Quixeramobim, um caso envolvendo o parentesco de uma criança de 11 anos ganhou grande repercussão nacional. A história é do garoto Ângelo Ravel, que entregou uma carta para a juíza de Quixeramobim, pedindo para registrar seu padrasto, o agricultor José Adilton, como pai.

Nesta quarta-feira, 14, a Defensoria Pública do Estado do Ceará divulgou em seu portal informativo que a Justiça reconheceu o vínculo afetivo da criança com seu padrasto. Dessa forma, Ravel passa a assumir o duplo parentesco jurídico, incluindo o sobrenome “Moraes” em seu nome e passando a ter os direitos de herdeiro legítimo.

Além disso, na certidão de nascimento de Ravel, constará o nome dos dois pais, o biológico, com quem não possui contato, e o afetivo, que convive há 7 anos.

Mãe conta que Ravel escreveu carta

Teresa Cristina Nunes, mãe da criança, explica que, no começo, a família não esperava que fosse possível incluir o sobrenome do pai afetivo. "A gente não sabia que existia essa possibilidade (de incluir o duplo parentesco), a gente achava que só quando ele tivesse 18 anos, provavelmente, ele pudesse mudar", informa a mãe.

Teresa explica que Ravel, teve conhecimento de que uma juíza estaria “distribuindo cestas básicas no interior” e logo perguntou se poderia escrever uma carta, pedindo para ser filho de José Adilton, e entregar à juíza. A mãe, de início, não acreditou que a estratégia pudesse funcionar, mas após o menino insistir, a carta foi escrita e entregue. "Quando ele escreveu a carta eu pensei que não deveria entregar, porque ele ia se decepcionar, porque não ia dar certo... e foi totalmente diferente, né?'' explica Teresa.

Atualmente, Teresa conta que o caso se tornou popular entre as pessoas da cidade e os colegas da escola de Ravel. "Ele diz que quando chega na escola os colegas falam, ‘olha o menino que passou no Fantástico’, ‘o menino da carta da juíza’", conta. “Quando eu fui matricular o Ravel aqui na escola nova, a moça chamou o nome dele, disse que era muito bonito e a já conhecia a história”, e prossegue “Hoje mesmo, eu fui para a cidade e uma mulher na loja me perguntou sobre ele (Ravel), perguntou como é que tava a situação da audiência e eu disse que tinha dado certo.”

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