O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (FAEC), Amílcar Silveira, formalizou uma solicitação ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que reconheça o modo de fabricação tradicional do queijo coalho do Vale do Jaguaribe como Patrimônio Histórico e Cultural do Brasil.
O documento foi entregue, na última quinta-feira (28), ao superintendente do Iphan no Ceará, Cândido Henrique Aguiar. A expectativa é de que o processo de reconhecimento dure de um a três anos. “O queijo coalho, produto tipicamente nordestino, já é consumido em todo o Brasil sendo sustento de milhares de produtores”, diz Amílcar Silveira. “Temos a convicção de que as raízes desse modo de produção devam ser resguardadas e preservadas”.
Segundo Cândido Henrique Aguiar, a solicitação da FAEC é a primeira iniciativa nesse sentido, relacionada à produção do queijo coalho, em âmbito nacional. A partir de agora, o Instituto irá realizar os estudos necessários para produzir um dossiê que será analisado pelo Conselho Nacional do Patrimônio Cultural, a quem cabe o reconhecimento.
“A partir do momento em que o modo de produção é reconhecido como patrimônio imaterial do Brasil, esse produto passa a ter um valor cultural, com condições de ser produzido sem as limitações legais relacionados a selos que são muitas vezes impeditivos à produção de queijos artesanais”, diz Cândido Henrique Aguiar. “Dependendo do envolvimento de todos, podemos ter, em um ano, todo esse processo praticamente concluído, podendo chegar a no máximo 3 anos”.
Hoje, o “Queijo Minas” é o único queijo reconhecido pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil. O Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas, nas regiões do Serro, da Serra da Canastra e do Salitre, em Minas Gerais, foi inscrito no Livro de Registro dos Saberes, em junho de 2008. E o Iphan está analisando uma solicitação da mesma natureza de um queijo produzido no Rio Grande do Sul.
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