Na noite de quinta-feira (24), a Polícia Federal indiciou Glaidson Acácio dos Santos, dono da GAS Consultoria, e mais 21 pessoas. O grupo é acusado de crime contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e gestão temerária ou fraudulenta.
A organização criminosa foi desarticulada no dia 25 de agosto, quando a PF, com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal, fizeram a Operação Kryptos.
A ação resultou na prisão do ex-garçom, conhecido em Cabo Frio como “faraó dos bitcoins”.
Entre os indiciados está a venezuelana Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, mulher e sócia de Glaidson, que se encontra foragida. Segundo a PF, ela está nos Estados Unidos.
As investigações que apontaram Glaidson e seus cúmplices começaram no dia 28 de abril, quando agentes da PF apreenderam R$ 7 milhões dentro de um helicóptero em Armação dos Búzios, cidade da Região dos Lagos, com destino a São Paulo.
O dinheiro estava dentro da aeronave com Glaidson e Mirelis, que embarcavam com três malas, onde o dinheiro foi encontrado.
Na prisão do ex-garçom, no fim de agosto, os investigadores cerca de R$ 15,3 milhões em dinheiro vivo. Ele teria movimentado, em seis anos, cerca de R$ 38 bilhões.
A polícia descobriu ainda que Glaidson é ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) e que fez doações para a entidade religiosa. Segundo levantamento da Receita Federal, as transferências do acusado à Iurd foram de aproximadamente R$ 29 milhões entre 2018 e 2020.
A igreja, porém, confirma ter recebido valores ainda mais altos, de R$ 72,3 milhões, entre 4 de maio de 2020 a 12 de julho de 2021.
As contas do dono da GAS e de suas empresas estão bloqueadas por determinação da Justiça. Ele também foi investidado pela Polícia Civil do Rio.Também foram indiciados: o empresário João Marcus Pinheiro Dumas Viana e o corretor de imóveis Michael de Souza Magno, conhecido como “corretor das estrelas”. Ambos foram alvos da segunda fase da Operação Kryptos. Apesar de haver mandados de prisão expedidos contra eles pelo juiz da 3ª Vara Criminal Federal, Vitor Barbosa Valpuesta, ambos seguem foragidos.
No dia 25 de agosto, além de Glaidson, foram presos Tunay Pereira Lima e sua esposa, Marcia Pinto dos Anjos, apontados como operadores do esquema conhecido como Ponzi, quando os investidores aplicam dinheiro em Bitcoins, sem a obrigatoriedade de convidar outros investigadores, como ocorre com o esquema conhecido como pirâmide financeira.
(Gazeta Brasil)