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domingo, 14 de março de 2021

Moradores de cidade do Acre pagam R$ 8,20 pelo litro da gasolina

 

Os donos de postos de combustível em Marechal Thaumaturgo, no Acre, se recusam a falar sobre o preço praticado na cidade.

Com o sexto reajuste dos combustíveis em 2021 anunciado na última segunda-feira (8), o preço do litro da gasolina chegou a R$ 8,20 em Marechal Thaumaturgo (AC), município a 577 km da capital Rio Branco, na fronteira do Brasil com o Peru.

A cidade é isolada. Só de barco ou avião é possível chegar lá. Para complicar a situação, o aeroporto está interditado desde dezembro pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), por causa das péssimas condições da pista.

Thaumaturgo possui uma frota de 321 carros e 239 motocicletas, segundo o Detran. São os barcos, contudo, os maiores consumidores de combustível na cidade.

Segundo o IBGE, 60% dos 19.299 habitantes moram na zona rural e se locomovem para o centro comercial usando embarcações. Oito dos sete postos de combustível existentes na cidade funcionam no rio.

"Quando a Petrobras anuncia o aumento lá, no outro dia eles já aumentam o preço aqui. Eles também não fornecem a nota fiscal", reclama o auxiliar administrativo Jobson Menezes, que diz gastar mais de R$ 800 mensais para abastecer o veículo.

Logística do produto

Os donos de postos de combustível em Marechal Thaumaturgo se recusam a falar sobre o preço praticado na cidade. Sob a condição de não ter o nome publicado, um gerente disse que a logística para levar o produto até a cidade não se aplica em nenhum outro lugar do país.

O combustível é comprado em Porto Velho (RO), e entregue em Cruzeiro do Sul (AC), depois de uma viagem de 1.200 km por via terrestre. Em seguida a carga é colocada em uma balsa que viaja três dias subindo o rio Juruá até chegar na cidade.

Mesmo com as dificuldades logísticas, o preço praticado pelos empresários chamou a atenção do Procon. A diretora do órgão no Acre, Alana Albuquerque, disse nesta quarta-feira (10) que uma equipe de fiscais seguiu para a cidade para fiscalizar os postos e elaborar um relatório.

"Não é um procedimento correto não emitir a nota fiscal. Nosso pessoal vai fiscalizar os postos, elaborar um relatório que vamos encaminhar para a Promotoria de Defesa do Consumidor. Caso encontrem alguma irregularidade lá, vamos adotar as medidas previstas em lei", garante.

(Diário do Nordeste)
Foto divulgação

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