Mais um feminicídio na madrugada desse domingo (27), em Três Corações, na região Sul de Minas, eleva a pelo menos sete o número de assassinatos de mulheres por maridos, namorados ou ex-companheiros em apenas cinco dias do atual período de festas de fim de ano no Brasil. Dos sete crimes, dois foram cometidos a faca e na frente dos filhos.
Os assassinatos aconteceram, além de Minas Gerais, em Santa Catarina, onde foram registrados dois feminicídios, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
A mulher morta na madrugada de domingo em Minas foi identificada como Camila Miranda Bandeira, de 32 anos. O suspeito do assassinato, cometido a facadas, é seu companheiro, que foi preso à tarde. Em maio, a vítima já havia denunciado o companheiro, mas, segundo a Polícia Civil, ela não quis atendimento médico, não representou contra o companheiro e não pediu medida protetiva.
À época, segundo a polícia, o homem havia quebrado o celular da vítima. A corporação afirmou que no caso de dano patrimonial é necessária representação contra o autor. No que se refere a medidas protetivas, conforme a Polícia Civil, a vítima precisa pedir na delegacia que elas sejam estabelecidas.
O crime aconteceu na casa da família, na frente das quatro filhas do casal, todas menores. Segundo a Polícia Civil, o motivo seria ciúmes. A delegada responsável pelas investigações, Hipólita Brum de Carvalho, da Delegacia de Mulheres de Três Corações, afirma que a discussão começou por causa de um celular.
– O autor, desconfiando que a vítima o estava traindo, tomou seu celular. Alterado, o homem a agrediu e a matou na frente das quatro filhas do casal – afirmou a delegada. O homem foi localizado pela Polícia Militar em uma rodovia.
JUÍZA VIVIANE ARRONENZI
Na véspera de Natal, a juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, foi assassinada na Barra da Tijuca, no Rio, pelo ex-marido, Paulo José Arronenzi, de 52 anos, com 16 facadas. O crime foi cometido na frente das três filhas, que têm entre 7 e 9 anos. O assassino foi preso em flagrante.
*Estadão