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quarta-feira, 6 de março de 2019

Mangueira vence Carnaval 2019 com destaque para Dragão do Mar como vulto da resistência negra


Terceiro carro alegórico da Mangueira abordou o Quilombo dos Palmares — Foto: Rodrigo Gorosito/G1

Este é o 20º título da escola de samba que homenageou personagens negros e índios apagados pela história oficial. Outras duas escolas que tiveram o Ceará no enredo não conseguiram vaga no Desfile das Campeãs

Com enredo que dá visibilidade para heróis da resistência negros e índios, a Estação Primeira de Mangueira foi a escola de samba que venceu o Carnaval do Rio de Janeiro neste ano. Este é o 20º título da escola de samba, que fez homenagem ao cearense Chico da Matilde, o Dragão do Mar.

O jangadeiro foi responsável por impedir o embarque de escravos no Ceará e contribuiu para o pioneirismo da abolição da escravidão no Ceará. No ano passado, a escola ficou em 5º lugar. A última vez que a agremiação foi campeã tinha sido em 2016, com enredo sobre a cantora Maria Bethânia.

As outras duas escolas que fizeram referência ao Ceará nos enredos não conseguiram um dos seis lugares no Desfile das Campeãs. A Paraíso da Tuiuti ficou em 8º lugar, enquanto a União da Ilha terminou a apuração na 10ª colocação.

 Paraíso do Tuiuti

A Paraíso do Tuiuti contou a história do Bode Ioiô, que foi eleito vereador no Ceará nos anos 1920 em forma de protesto. O personagem emblemático da cultura cearense serviu de mote para traçar paralelos com a atual conjuntura política do País, de maneira bem humorada.

Com forte tom político, a agremiação trouxe críticas ao discurso pró-armamento em referência ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). No último carro, Ioiô deu um coice em um tanque de guerra, elemento que representa os militares no poder.

O destaque da escola foi o samba-enredo que conseguiu neste quesito nota máxima de todos os quatro jurados. 

Já a União da Ilha do Governador levou para avenida enredo sobre o Ceará a partir da obra dos escritores José de Alencar e Rachel de Queiroz. Romances escritos pelos cearenses serviram de inspiração para as fantasias e alegorias da agremiação, cuja a comissão de frente teve um Padre Cícero "voando" na avenida.

Pela União da Ilha, alguns nomes representativos do Ceará atravessaram a avenida mais popular do carnaval carioca, entre eles, o Mestre da Cultura Espedito Seleiro e os artistas plásticos Zé Tarcísio e Dim Brinquedim.

Red; DN