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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

MPF pede prisão preventiva de irmão de Beto Richa e outros 8 investigados na 55ª fase da Operação Lava Jato



O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça nesta sexta-feira (28) a conversão das prisões temporárias em preventivas - sem prazo definido - do irmão do ex-governador Beto Richa (PSDB), Pepe Richa, e mais oito investigados na 55ª fase da Operação Lava Jato.

Os procuradores também solicitaram a revogação da prisão temporária do primo do ex-governador e empresário Luiz Abi Antoun. Além disso, o MPF pediu a prorrogação das prisões temporárias de outros três investigados - que são presidentes de concessionárias.

Nesta etapa, deflagrada na quarta-feira (26), a força-tarefa da Lava Jato investiga irregularidades nas rodovias pegadiadas do Paraná. A ação foi batizada de Operação Integração II.

O pedido de conversão das prisões, segundo o MPF, está baseado em novos fundamentos. "A medida, no caso, se faz necessária para conveniência da instrução criminal, bem como para garantia da ordem pública e econômica, haja vista o risco concreto de reiteração delitiva".

Conforme o pedido, se Pepe fosse colocado em liberdade poderia "continuar a ocultar recursos provenientes de crimes contra a administração pública por ele praticados, bem como dificultar a obtenção de provas desta investigação".

De acordo com o MPF, o cruzamento de dados apresentados por empresas investigadas e com dados fiscais e bancários obtidos por meio de quebras de sigilo, há comprovação de que Pepe Richa "tinha ao menos parte de suas despesas pessoais pagas por outros investigados".

A defesa de Pepe Richa disse que não vai se manifestar.

O advogado de defesa de Luiz Abi disse que considera acertada a posição do MPF em relação à revogação. "[Abi] sempre se colocou à disposição da Justiça e sempre colaborou com as investigações".

Operação Integração II
A ação investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionato e peculato em um esquema relacionado à administração das rodovias federais no Paraná, no chamado Anel da Integração.


Um dos esquemas, intermediado pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), movimentou R$ 240 mil mensais em 2010 em propina, segundo o MPF.

Foram três mandados de prisão preventiva e 16 de prisão temporária expedidos, além de 73 mandados de busca e apreensão.

Entre os materiais apreendidos pela PF na operação há documentos, contratos, celulares e computadores. Em algumas empresas e órgãos públicos, houve extração de dados do sistema, de acordo com a polícia.

O empresário Luiz Abi Antoun, primo do ex-governador, teve a prisão temporária determinada nesta fase, mas viajou para o Líbano no dia 22 e, por isso, não foi preso. Agora, pode ter a prisão revogada pela Justiça.

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A defesa do ex-governador Beto Richa afirma que ele nunca foi condescendente com desvios de qualquer natureza e é o maior interessado na investigação de quaisquer irregularidades.

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) informou que está contribuindo com as autoridades no fornecimento de informações.

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