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quarta-feira, 25 de abril de 2018

PF prende ex-deputado e faz busca no Congresso


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Márcio Junqueira, do PROS de Roraima, foi detido; operação achou R$ 200 mil em imóvel do presidente do PP
  
 Brasília. Numa nova frente da Operação Lava-Jato, a Polícia Federal prendeu ontem o ex-deputado Márcio Junqueira (PROS-RR) e fez buscas nos gabinetes e endereços residenciais do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e do deputado Dudu da Fonte (PP-PE). Em endereços do senador, presidente nacional do PP, foram apreendidos R$ 200 mil em espécie. O senador, o deputado e o ex-deputado são acusados de obstruir as investigações, tentando comprar o silêncio de uma testemunha. Junqueira é suspeito de tentar corromper e ameaçar este colaborador da Justiça, que prestaria depoimento contra Ciro Nogueira e Dudu da Fonte em investigação sobre o envolvimento deles no esquema de corrupção na Petrobras.

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As buscas e a prisão foram pedidas pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e autorizadas pelo ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). "O objetivo das medidas cautelares é reunir mais provas de que os dois políticos tentavam comprar o silêncio de um ex-assessor que tem colaborado com as investigações", disse nota divulgada pela assessoria da procuradora-geral da República. Segundo o texto, Junqueira seria responsável por "pagamento de despesas pessoais, ameaças e até proposta para a mudança do teor de depoimento que incriminaria os alvos da operação".

Propina

Ciro Nogueira e Dudu da Fonte vêm sendo investigados como destinatários de pagamento de propina desde o começo da Operação Lava-Jato. O nome do senador aparece nas delações do doleiro Alberto Yousseff, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, do empresário Ricardo Pessoa e de executivos da Odebrecht e da JBS, entre outros importantes delatores. Ciro e Dudu até já foram denunciados ao STF por organização criminosa no inquérito conhecido como "Quadrilhão do PP".

A denúncia foi feita ainda pelo ex-procurador Rodrigo Janot. Em março, a atual procuradora-geral, Raquel Dodge, referendou as acusações. O Ministério Público afirma que os integrantes do partido indicavam para cargos no governo federal pessoas comprometidas em arrecadar propina para o grupo. O PP de Ciro Nogueira dividia com o PMDB a responsabilidade pela indicação de Paulo Roberto na Diretoria de Abastecimento da Petrobras, um dos maiores focos da corrupção na estatal. O partido é uma das agremiações com o maior número de parlamentares investigados na operação.

Bruxelas

Policiais federais chegaram aos gabinetes de Ciro e Dudu por volta das 6h da manhã. A segurança do Senado isolou o corredor que dá acesso ao gabinete do senador. Ciro está em Bruxelas, na Bélgica, em missão oficial. Após mais de seis horas no gabinete, os policiais deixaram o local com um malote grande.

A PF também fez buscas nos apartamentos funcionais e endereços dos investigados em Teresina, Recife e Boa Vista. Ao todo foram cumpridos oito mandados de busca.

Márcio Junqueira foi preso em caráter preventivo. Prisões preventivas indicam que o investigado deverá responder ao inquérito e até mesmo o processo preso. Indicam também que os indícios recolhidos pelos investigadores são considerados consistentes pelo juiz, neste caso o ministro Edson Fachin.

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse, ontem, que não teve acesso aos autos e que, por isso, não faria comentários sobre o conteúdo das acusações.

Red; DN