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terça-feira, 12 de setembro de 2017

Duas alunas têm resultados anulados após fraude em prova do Enem no Ceará


enem

Treze participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015 e 2016 terão os resultados anulados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) por terem sido indiciados por crime de fraude em certames de interesse público. Entre eles estão duas estudantes que realizaram o certame no Ceará e aprovados em universidades cujos nomes não foram revelados.

Dos 13 indiciados, três fizeram o Enem em 2015. Os outros dez participaram da edição de 2016. A maioria está matriculada em cursos de Medicina e Odontologia em universidades federais das regiões Norte e Nordeste.

O indiciamento é resultado da conclusão de inquérito policial instaurado pelo Departamento de Polícia Federal. A operação batizada como Jogo Limpo foi deflagrada pela Superintendência Regional no Maranhão e foi dividida em duas fases. A primeira apurou os casos de 2015 e a segunda, os de 2016.

Anulação

Para a Polícia Federal, a exclusão desses participantes da base de dados do Enem é suficiente para a manutenção da lisura do exame. Além da anulação dos resultados, a Polícia Federal sugeriu ao Inep o reforço dos procedimentos de segurança na administração dos cadernos de provas.

De acordo com o artigo 311-A do Código Penal, a pena para esse tipo de crime é de multa e reclusão de até seis anos. O Ministério da Educação notificará as instituições nas quais esses participantes estão matriculados para que tomem as medidas administrativas cabíveis.

Operação Jogo Limpo

Dois irmãos e um primo se inscreveram para fazer a prova do Enem em uma pequena cidade do Maranhão, a 310 km de seu município de origem, a capital São Luís, em 2015. Os três solicitaram atendimento específico para sabatistas para se beneficiarem do confinamento e realizarem a prova em mesma sala, após o pôr do sol. Esses participantes tiveram gabaritos idênticos no primeiro dia de prova, sábado; e divergentes no segundo, quando não havia confinamento para sabatistas.

Um dos indiciados foi selecionado para Medicina em uma universidade estadual do Nordeste. Outro foi selecionado, também no mesmo curso, em uma instituição da mesma região. O terceiro foi selecionado, a partir das notas obtidas no Enem, para uma universidade federal do Nordeste em três cursos: Educação Física, Enfermagem e Ciências Biológicas.

Já em 2016, uma mulher e um homem foram presos em flagrante após o segundo dia de prova, em Santarém (PA) e em Macapá (AP), respectivamente. A participante foi selecionada para Medicina em três instituições de educação superior do Sul do país, duas delas federais. A indiciada está matriculada em umas delas, tendo acessado por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni). 

O homem foi selecionado para cursar Medicina em uma federal do Norte do país. Outras duas mulheres envolvidas na fraude também foram indiciadas. Uma foi selecionada para Medicina em uma federal do Norte, onde está matriculada, e também em uma instituição federal do Nordeste. Outras duas participantes indiciadas fizeram prova no Ceará. Uma delas foi selecionada para curso de Medicina em universidade federal do Norte e em Odontologia em uma federal do Nordeste.

Outro participante indiciado fez prova no Piauí e foi abordado logo após o exame com cola escrita. Também foram colhidas evidências de fraude de mais duas mulheres e um homem. Uma delas foi selecionada para Odontologia em uma universidade federal do Nordeste e em medicina em outra instituição federal na mesma região, na qual está matriculada. Outra indiciada foi selecionada em Medicina em um centro universitário e em duas universidades federais do Nordeste.

Red; DN