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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Mala com dinheiro da JBS entregue a aliado de Temer está desaparecida


Loures

Diferentemente da mala de dinheiro entregue a Frederico Medeiros, primo de Aécio Neves, a de Loures não tinha chip para identificar a localização
   
A mala com R$ 500 mil de dinheiro da JBS recebido pelo deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) está desaparecida. O parlamentar foi filmado pela Polícia Federal em uma ação controlada (planejada para flagrar delitos) carregando a bolsa ao sair de uma pizzaria em São Paulo às pressas.

Rocha Loures havia se encontrado no local com Ricardo Saud, lobista e delator do frigorífico, para pegar o dinheiro. Segundo o Ministério Público Federal, o pagamento era por uma ajuda prometida pelo deputado para defender os interesses da empresa no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Em uma conversa gravada, Joesley Batista, um dos donos da JBS, ofereceu propina em troca de que o parlamentar interviesse em uma disputa envolvendo preço de gás. Ainda segundo a delação, havia promessa de que, se resolvido o imbróglio, Rocha Loures poderia receber semanalmente até R$ 1 milhão, dependendo do lucro. A mala teria sido levada, de acordo com a investigação, para a casa do pai do deputado, em um primeiro momento.

Na operação deflagrada na última quinta (18), que contou com busca e apreensão em diversos endereços, a bolsa não foi localizada. Diferentemente da mala de dinheiro entregue a Frederico Medeiros, primo de Aécio Neves, a de Loures não tinha chip para identificar a localização.

Rocha Loures aparece citado pelo Michel Temer como seu homem de confiança e com quem Joesley poderia tratar "tudo". O Ministério Público suspeita que o presidente tenha sido também um dos destinatários da propina.

No pedido de abertura de inquérito, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vê indícios de corrupção passiva, formação de quadrilha e obstrução de Justiça em práticas relacionadas a Temer. Procurada desde a noite de quarta (17), a defesa de Rocha Loures ainda não se manifestou sobre as acusações.

Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada nesta segunda (22), Temer disse que mantinha apenas "relação institucional" com o deputado, que foi seu assessor. "Eu o conheci como deputado, depois foi para o meu gabinete na Vice-Presidência, depois me acompanhou na Presidência, mas um homem de muito boa índole", afirmou.

Fonte DN