A sensação de queda livre da economia brasileira parece começar a dar uma trégua, caminhando em direção a uma estabilização. O recuo de indicadores como inflação e taxa básica de juros (Selic), principalmente, reflete a melhora do humor dos consumidores e, consequentemente, dos empresários, mas ainda não significa que o País já está retomando o caminho do crescimento econômico.
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De acordo com Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria, um dos sinais mais positivos que se tem para o cenário macroeconômico brasileiro atualmente é a clara trajetória de desaceleração da inflação.
Na última quarta-feira (8), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a menor variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - que calcula a inflação oficial do País - para o mês de janeiro (0,38%) de toda a série histórica do indicador, que começou a ser divulgado em dezembro de 1979.
"É um dado superbenigno para a economia e está caminhando para atingir o patamar de 4,8% até o fim do ano, mais para o centro da meta estipulada pelo Banco Central (BC)", aponta Alessandra Ribeiro.
"Isso é importante, porque uma inflação menor corrói menos o poder de compra dos salários, ajuda a sustentar uma ampliação do consumo e a abrir espaço para uma redução ainda mais significativa da taxa básica de juros".
Selic
Em novembro do ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa Selic pela primeira vez em quatro anos, quando caiu de 14,25% para 14% ao ano.
Na primeira reunião de 2017, a taxa foi rebaixada de 13,75% para 13%, com a perspectiva de encerrar o ano no patamar de 9,5%. "É um elemento importante para propiciar o acesso ao crédito", pontua a economista.
Para Joelson Sampaio, professor de economia da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), já foi possível perceber a redução da taxa de juros em alguns segmentos, com o reajuste de taxas realizados por algumas instituições bancárias.