Professor-doutor da Uece contabilizou 439 quelônios mortos; pesquisa será feita para revelar causas (Foto: Hugo Fernandes-Ferreira)
Quixadá. Uma cena chocante de dezenas de cágados, tartarugas e jabutis mortos no açude Cedro, foi compartilhada por um professor de zoologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece) na manhã desta sexta-feira (13) em seu perfil a rede social Facebook. De acordo com a descrição, uma pesquisa está sendo feita no reservatório para detalhar o impacto que tenha causado a morte dos animais da classe dos quelônios.
A foto foi postada pelo professor-doutor Hugo Fernandes-Ferreira. Conforme conta, seus alunos teriam lhe avisado sobre a quantidade de cágados encontrados mortos no açude. Ele resolveu ir ao local e ficou impressionado. O choque despertou no professor a iniciativa de realizar um levantamento para avaliar o problema. De acordo com o professor foram encontrados 439 animais mortos.
“Rodamos o açude inteiro e contabilizamos. Nenhum vivo. Isso não se resume a uma simples tristeza do fato. Esses animais cumprem papel fundamental na cadeia alimentar, inclusive pela alimentação parcialmente detritívora, otimizando a ciclagem de nutrientes”. O levantamento comprovou algo ainda mais alarmante: os animais pertenciam a uma única espécie, segundo conta o professor na descrição da postagem. “Isso quer dizer que, antes da seca, a situação do açude possivelmente já estava crítica, talvez por poluição, alta salinidade da água ou outros fatores”, detalhou.
Hugo Fernandes-Ferreira comenta que a mortandade dos animais pode causar um panorama ainda mais grave. Ele prevê que com as primeiras chuvas, a água que possa se acumular pode representar riscos à saúde pública, já que não haverá espécies vivas no açude para cumprir o papel do ecossistema.
“Cadê os predadores das larvas do Aedes aegypti? Os índices de dengue, zika, chikungunya e mayaro podem ser alarmantes se nada for feito para controlar a reprodução. Se o impacto sobre os cágados foi alto, imaginem sobre os milhares de peixes e milhões de invertebrados que ali viviam”, disse.
A imagem rendeu centenas de comentários e já foi vista por mais de 1.200 pessoas. A cena tem se espalhado nas redes sociais. Ate a publicação desta matéria ela contava com quase 600 compartilhamentos. O professor explicou que está realizando uma pesquisa. O levantamento está em fase inicial.
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Fonte DN