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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Cristiano Ronaldo é eleito melhor do mundo pela FIFA e 'cola' em Messi

Cristiano Ronaldo venceu o troféu de melhor jogador de 2016, coroando um ano perfeito com a conquista da Liga dos Campeões, Eurocopa e Mundial de Clubes. O português, com seu quarto título individual, ainda se aproximou do recorde de Lionel Messi de cinco troféus e manda um recado: não vai descansar enquanto não desbancar o argentino. "As pessoas não são cegas", disse.

Mas a festa teve um gosto amargo, com toda a delegação do Barcelona boicotando o evento. O argentino Messi, o uruguaio Suárez e outros premiados anularam sua participação na festa, que foi do Real Madrid. Grande astro da equipe merengue, Cristiano Ronaldo superou Messi e o francês Griezmann (do Atlético de Madrid), outros dois finalistas ao grande prêmio da cerimônia.

Oficialmente, o time catalão usou o argumento de que precisava se preparar para a partida de quarta-feira (11) contra o Athletic Bilbao, pela Copa do Rei. Mas foi uma atitude de protesto dos jogadores, liderados por Piqué, contra os dirigentes do clube, contra a arbitragem na Espanha e um suposto favorecimento ao Real que levou ao boicote, criando um mal-estar na entidade em Zurique para a Fifa, que queria usar o evento para marcar o fim das polêmicas. 

O comportamento do Barça foi duramente criticado. "É uma tremenda falta de respeito", disse Roberto Carlos, ex-jogador do Real. "Messi teria de entender que deveria estar aqui. O Real também tem jogo nesta semana. As obrigações profissionais são as mesmas", disse. Para o brasileiro, está "claríssimo que hoje o Real é o melhor do mundo". 

Com 31 anos, Cristiano Ronaldo já havia ganho o troféu em 2008, 2013 e 2014. Mas também chegou a abandonar Messi sozinho na premiação de 2011. Naquele momento, Mourinho era treinador do Real e também apoiou o boicote. E, ao ser eleito o melhor do mundo pela quarta vez, o português também superou o ex-atacante brasileiro Ronaldo, que faturou a honraria de maior jogador do planeta em 1996, 1997 e 2002.

Nesta segunda-feira, foi a vez de o português fazer a festa. "É uma grande satisfação. Tivemos uma temporada incrível", disse o astro. "Agradeço aos meus companheiros, minha família e dizer que 2016 foi o melhor ano da minha carreira. Existiam dúvidas. Mas as pessoas não são cegas. Depois do que eu ganhei no clube e na seleção, sabia que poderia ganhar esse título", insistiu. "Os prêmios falam por si só", disse, lamentando a ausência dos jogadores do Barcelona.

Neymar termina em quarto lugar

A Fifa divulgou hoje as porcentagens dos votos obtidos e o atacante Neymar apareceu em quarto, com 6,23% dos votos. O francês Griezmann, finalista e no terceiro posto, ficou com 7,53%. Cristiano Ronaldo ficou com 34,54% da preferência, e Messi obteve 26,42%. O quinto foi o uruguaio Luis Suárez, com 5,11% dos votos.

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Brasileiros são coadjuvantes de luxo na festa da Fifa

Mais um ano de premiação da Fifa e mais um ano do Brasil sendo coadjuvante de luxo na festa de gala da entidade. Marcelo e Daniel Alves foram eleitos para a seleção do mundo de 2016 e Falcão, astro do futsal, foi homenageado. Mas, uma vez mais, o topo do pódio não foi ocupado pelos jogadores brasileiros.

A última conquista de um brasileiro no futebol masculino foi a de Kaká, eleito em 2007 como o melhor do mundo depois de uma sequência de outros craques nacionais, como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Romário e Rivaldo.

Nos últimos anos, a esperança era de que Neymar ameaçasse a hegemonia de Messi e Cristiano Ronaldo. Mas isso não ocorreu. Nesta segunda-feira, ele, que nem estava entre os três finalistas do prêmio de melhor do mundo, também não conseguiu um lugar na seleção do ano, mesmo com a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio.

Seleção do ano com 2 brasileiros

Manuel Neuer (Bayern de Munique e Alemanha)
Daniel Alves (Juventus e Brasil)
Pique (Barcelona e Espanha)
Sergio Ramos (Real Madrid e Espanha)
Marcelo (Real Madrid e Brasil)
Luka Modrić (Real Madrid e Croácia)
Toni Kross (Real Madrid e Alemanha)
Andrés Iniesta (Barcelona e Espanha)
Lionel Messi (Barcelona e Argentina)
Luis Suárez (Barcelona e Uruguai)
Cristiano Ronaldo (Real Madrid e Portugal)

Mas quem saiu de Zurique sem um título foi Marlone, que apostava na torcida do Corinthians para garantir votos na internet pelo prêmio de gol mais bonito do ano. O troféu, porém, ficou para o malaio Mohd Faiz Subri, que contou com o primeiro-ministro de seu país pedindo votos ao jovem jogador. O prêmio de consolação de Marlone foi uma foto com Puyol e vencer Maradona em pelada na Fifa.

Futebol feminino

Marta também não venceu e voltou a pedir para que o futebol feminino seja mais apoiado no Brasil. Ela estava entre as finalistas em sua categoria pela 12ª vez, um recorde. Mas o primeiro lugar ficou com a norte-americana Carli Lloyd, que venceu pelo segundo ano consecutivo.

Homenagens

Não faltaram ainda homenagens aos brasileiros. Falcão, que em 2016 disputou o seu último Mundial pela seleção, foi reverenciado pela Fifa por sua carreira e por ser o grande nome da sua modalidade. "Não há prêmio como o de hoje e prova que tudo o que eu fiz valeu à pena", disse. Carlos Alberto Torres, que faleceu no ano passado, também mereceu destaque.

Fonte DN