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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Suspeito de matar PMs é morto; dois são presos

Na casa de Adaílson e em outros dois imóveis, foram achados dois revólveres, espingardas, munições, roupas camufladas e balaclava ( FOTO: DIVULGAÇÃO/COTAR )

Um suspeito morreu e outro ficou ferido em tiroteio com uma equipe do Comando Tático Rural (Cotar) na localidade de Entre Rios, zona rural de Choró, a aproximadamente 180Km de Fortaleza. Um terceiro homem também foi detido. O trio, conforme apurações preliminares, teria participação na morte dos três policiais militares em Quixadá, na última quinta-feira (30).

De acordo com o comandante da Área Integrada de Segurança 15 (AIS 15), tenente-coronel Ednardo Calixto, a Polícia foi à casa de José Adaílson da Silva, o "U", de 27 anos, e lá ainda encontraram Antônio José de Freitas Guedes, de 46 anos, e Jose Dimas Pinheiro Candeia, 34. Durante a abordagem policial, José Adaílson teria reagido, efetuando disparos, dando início a um tiroteio. Ele foi atingido e não sobreviveu aos ferimentos.

Hospital

Já Antônio José foi socorrido com vida ao Hospital Doutor Eudásio Barroso, em Quixadá, onde foi atendido. A movimentação chamou a atenção da população que formou uma grande aglomeração do lado de fora da unidade de saúde.

Após o atendimento, o homem de 46 anos foi encaminhado junto com Dimas para a Delegacia Regional de Quixadá. Os dois foram autuados em flagrante. Eles confessaram que guardavam armas para "U".

Na residência de José Adaílson e em outros dois imóveis vizinhos, foram encontrados dois revólveres calibre 38, duas espingardas, munições de calibres 38, 36, 32 e 12, uma calça e uma gandola camufladas, uma balaclava, luvas e pólvora. Equipes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) também participaram da ação.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Adaílson tomou um ônibus escolar em um Distrito localizado em Itapiúna, levando junto o motorista do veículo, que foi liberado posteriormente. O transporte foi utilizado para auxiliar na fuga dos criminosos após o confronto com os PMs, na quinta-feira.

O sargento Francisco Guanabara Filho, o cabo Antônio Joel de Oliveira Pinto e o soldado Antônio Lopes Miranda Filho foram assassinados com tiros de fuzil. Os bandidos iriam fazer um ataque a um carro-forte.

Além deles, um outro militar, o sargento João Alves Campos, ficou ferido na ação. Outros dois soldados foram feitos reféns pelos bandidos mas não sofreram ferimentos físicos.

Após a morte dos PMs, cerca de 100 policiais civis e militares realizam buscas na área. A Polícia já teria indicativo dos autores dos crimes, mas os nomes não foram divulgados.

Ex-PM

Ainda ontem, três pessoas, incluindo um ex-policial militar procuraram a Delegacia Regional de Quixadá para prestar esclarecimentos. Por iniciativa própria, o homem apresentou-se aos investigadores. O nome dele foi ventilado por populares em redes sociais como também sendo integrante do grupo.

À Polícia, ele relatou estar sendo alvo de "calúnias" e , inclusive, registrou Boletim de Ocorrência (B.O). Após os relatos e o registro do documento, o homem foi liberado.

Conforme o secretário adjunto da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), coronel Lauro Carlos de Araújo Prado, a participação dele no grupo não foi confirmada. "Estão juntando elementos. Pessoas indicam a participação dele, mas não temos nada concreto. Ele se antecipou e prestou queixa por calúnia. Estamos trabalhando com muita responsabilidade, para não atribuir culpa a quem não tem", disse.

A reportagem apurou, no entanto, junto a uma fonte ligada à SSPDS, que o ex-policial serviu nas fileiras da Corporação em São Paulo. Era do batalhão de Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), mas foi expulso.

No Ceará, o ex-PM leva a vida como caminhoneiro. Entretanto, atua também junto a uma quadrilha daquela região do Sertão Central, fornecendo armas. De acordo com a fonte, o homem é investigado como responsável por fazer o transporte de armas para assaltantes de bancos.

Diário do Nordeste