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domingo, 7 de fevereiro de 2016

Camilo recua em instalar bloqueadores nos presídios por medo de represálias das facções criminosas


Depois de enviar um projeto de lei à Assembleia Legislativa para a instalação de bloqueadores nos presídios da Grande Fortaleza, o governador Camilo Santana (PT) está disposto a recuar dessa decisão. O motivo seriam as ameaças de facções criminosas que se instalaram no Ceará. Deixou a tarefa para as operadoras de telefonia móvel. 

O Primeiro Comando da Capital (PPC), originário de São Paulo; e o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, estariam por trás dessas ameaças. As duas facções travam entre si um duelo para cooptar na periferia de Fortaleza o domínio do tráfico de drogas e teriam usado como tática uma suposta “pacificação”, ordenando entre as quadrilhas um  “pacto pela paz”.

Vários bairros da periferia de Fortaleza hoje estão “pacificados”, isto é, as gangues que antes duelavam pelo comando da venda de drogas se uniram em torno de um único comando: as facções. O primeiro resultado disso pode ser visto ou constatado no fim de semana passada quando apenas quatro homicídios aconteceram em Fortaleza, quando em média, ocorrem em torno de 20 assassinatos.

O assunto foi considerado por Camilo Santana como uma “brincadeira de mau gosto” e “boatos irresponsáveis de setores da Imprensa”. Sem forças para enfrentar a situação, o governador passou, ontem, a receber críticas duras na Assembleia Legislativa.

O deputado estadual Capitão Wagner (PR) subiu à tribuna da Casa e disse que “antes de considerar uma brincadeira ou um boato, o governador deveria mandar abrir uma investigação sobre o caso e estacar esta hemorragia ainda no seu começo”.  Wagner disse que vem recebendo nos últimos dias informações sobre o fato através do relato de delegados da Polícia Civil, de coronéis da PM e até de policiais federais.

Já o deputado Fernando Hugo (PMDB) também se reportou sobre o assunto. “Tentei falar com o governador sobre isto, mas não fui atendido”. Em seguida, emendou: “o Estado não  ficará nas mãos dos criminosos. Nossa Polícia não vai permitir tamanho prejuízo”.

Outro peemedebista, o deputado estadual Audic  Mota, também se pronunciou em torno do assunto. “Queremos melhores dias, sem assaltos, com o cidadão podendo caminhar pelas ruas em qualquer  horário, sem o cidadão ter o receio de ser atacado por um bandido, mas que esta segurança seja  garantida pelo estado, e não por uma facção criminosa”, disparou.

Ceará News