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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Polícia cumpre 23 mandados de prisão em sete cidades. Quadrilhas presas chefiavam tráfico e homicídios no CE e em outros estados

A Polícia afirma ter desarticulado dois grupos criminosos com forte atuação no Interior do Estado com o cumprimento de 23 mandados de prisão contra pessoas supostamente envolvidas com tráfico de drogas, homicídios, roubos e ataques a bancos, ontem. Alguns dos alvos já se encontravam presos e ordenavam crimes de dentro do presídio. A operação realizada na cidade de Jaguaribe, distante aproximadamente 312 quilômetros de Fortaleza, foi comandada pela Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), executada através
de cerca de 90 agentes das polícias Civil e Militar.

A investida foi resultante de uma investigação da Delegacia Regional de Jaguaribe que apurava facções criminosas que comandam o tráfico de drogas e execuções na região do Vale do Jaguaribe. De acordo com a Polícia, os homicídios, roubos e ataques a bancos e instituições financeiras articulados pelas quadrilhas ocorriam, também, em função
do narcotráfico.

Conforme a Polícia, todas as prisões ocorreram em cumprimento de mandados de prisão que foram expedidos pela Justiça do município de Jaguaribe.

Segundo o titular da Delegacia Regional de Jaguaribe, Adriano Félix, a operação teve como objetivo coibir e combater a criminalidade na região. As buscas iniciaram por volta das 4h e se estenderam ao longo do dia. Até o fechamento desta edição, o resultado da operação estava em 12 pessoas presas em Jaguaribe e 11 presidiários com mandados de prisão cumpridos.

Chefes

Os suspeitos estavam sendo investigados desde o mês de fevereiro por vários crimes cometidos na região. Segundo as apurações, José Rafael Diógenes Cintra, o 'Rafael Cambado', 30, detido por tráfico na Região Metropolitana de Fortaleza e José Delano Diógenes, 38, recolhido em um presídio federal em Rondônia, são tidos como os dois chefes dos bandos rivais.

Além deles, foram capturados Jânio Jeffton Alves Peixoto, 26; Antônio Diógenes Pinheiro Filho, 53; Jackson Peixoto Nogueira, 53; seu sobrinho, Francisco Diassis Freire Nogueira, 34; Francisca Zildete Freire Nogueira, 63, mãe de Diassis; e o pai dele, Edilson Nogueira Diógenes, 57; Marcos Venícius Nogueira Pinheiro, 22; Elton Lima Silveira, 32; Francisco Edson Gomes Vicente, 40; Valdevan da Cruz Medeiros, 24; Elanio Hiago Bezerra Pinheiro, 21; e Etelfleda Nogueira Diógenes, 55. Já se encontravam presos e também tiveram mandados de prisão cumpridos Francisco Arlindo Saldanha Botão, 43, detido por tráfico de drogas na cadeia pública de Jaguaribe; Genilson Torquato Rocha, 25, encarcerado também por tráfico de drogas em Caucaia; Antônio Bruno Torquato Rocha, 20, que é irmão de Genilson, preso por homicídio no Cariri; Vidal Maciel Calixto Barbosa, 25, detido por roubo e associação para o tráfico de entorpecentes em Pereiro; José Rafael Diógenes Cintra, 30, detido por tráfico na Região Metropolitana de Fortaleza; Cícera Luana Martins, 22, presa por tráfico também na Região Metropolitana; Dyones Nunes Soares, 26, encarcerado por homicídio em Fortaleza; Francisco Fernandes Marques Pereira, 25, detido por roubo; Francisco Alisson de Sousa Melo, 20; e Francisco Jackson Miliano de Sousa Queiroz, 19, ambos detidos por tráfico de entorpecentes em Milhã.

Ainda de acordo com o delegado Adriano Félix, que preside os inquéritos, os delitos no Vale do Jaguaribe são praticados, principalmente, por duas facções criminosas. "Dois grupos que monopolizam o tráfico da área são os responsáveis por grande parte dos assaltos e homicídios investigados", conta.

O delegado diz também que, das 27 mortes ocorridas no Vale do Jaguaribe neste ano, cerca de 80% delas podem ter sido comandadas por estes grupos. Muitas das pessoas que foram alvos da operação são de uma mesma família já conhecida da Polícia e considerada extremamente violenta. José Delano Diógenes, por exemplo, já figurou na lista dos criminosos mais procurados do Estado do Ceará segundo a SSPDS.

As investigações, conforme a Pasta, continuam, e mais pessoas ainda podem ser presas. A Polícia também estuda as ramificações dos grupos criminosos em outros Estados.

Diário do Nordeste