O governador do Estado, Cid Gomes (PROS), fez um pronunciamento oficial, por meio de uma nota encaminhada à imprensa, sobre a matéria publicada na revista Istoé desta semana, que o fez acionar a Justiça pedindo o bloqueio da circulação do semanário.
Na reportagem, que começou a ser comercializada nas bancas a partir de domingo (14), ele é citado entre os políticos beneficiados financeiramente por contratos fraudulentos da Petrobras, conforme delação do ex-diretor da empresa, Paulo Roberto Costa. Preso, Costa fez um acordo com a Justiça para revelar todo o esquema de corrupção.
Em um primeiro momento, Cid declarou à própria Istoé que nunca havia sequer conversado com o ex-diretor. “Não sei quem é Paulo Roberto. Nunca estive com esse cidadão e sou vítima de uma armação de adversários políticos”, garantiu. A alegação, no entanto, foi desmentida com a publicação no blog do Josias, no portal Uol, de fotos em que Cid aparece ao lado de Paulo Roberto em uma reunião no Palácio da Abolição, e também de outras fotos durante o lançamento da pedra fundamental da Refinaria Premium II, em Pecém.
Na nota oficial publicada hoje, com objetivo corrigir o seu equívoco, o governador esclareceu: “Não tenho, nem nunca tive, qualquer envolvimento nem qualquer tratativa pessoal com o citado ex-diretor da Petrobras, muito menos qualquer conversa indecente ou corrupta. Todo o meu relacionamento com a Petrobras sempre foi institucional”.
No entanto, em outro ponto, Cid diz: “Esta clara fraude envolvendo o meu nome em véspera de eleição repete prática imunda que já tive de enfrentar quatro anos atrás, quando da publicação de invenções envolvendo meu nome e o nome do meu irmão, Ciro Gomes, que se revelaram completamente falsas”. O governador se refere a matéria publicada pela revista Veja, em 2010, que reportou a investigação realizada pela Polícia Federal sobre o desvio de R$ 300 milhões do Ministério da Integração Nacional por meio de contratos com prefeituras do Ceará. O caso conhecido como “Integração Cearense” ocorreu durante o período em que Ciro Gomes comandava a Pasta (2003/2006) e Cid cumpria seu primeiro mandato como governador (2006/2010).
Depois da veiculação, Cid e Ciro tentaram processar os responsáveis pela reportagem. No entanto, a primeira instância, o Tribunal de Justiça e o Superior Tribunal de Justiça decidiram não acatar a acusação do ex-ministro contra o jornalista Leonardo Coutinho. De acordo com o despacho da ministra Marilza Maynard, do STJ: “de matéria jornalística que divulgou fato que se encontra sob investigação, o que foi noticiado e, portanto, não se pode afirmar que sejam inverídicas as afirmações, quer porque a investigação não foi concluída, por ocasião da divulgação da notícia, quer porque o que se noticiou foi a existência de uma investigação que realmente ocorria.”
Já o governador Cid tentou encaminhar uma queixa-crime contra os jornalistas Leonardo Coutinho, Roberto Civita, Euripedes Alcântara e Mario Sabino, mas também sem sucesso. O processo foi negado em primeira instância e no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Fonte: Ceará News 7