A automedicação é praticada por 76,4% dos brasileiros, segundo levantamento feito pelo Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ), que entrevistou 1.480 pessoas de 12 capitais brasileiras. O ICTQ é um instituto que atua nas áreas de Pesquisa e Pós-Graduação com foco no mercado farmacêutico.
Entre os que adotam essa prática, 32% têm o hábito de aumentar as doses de medicamentos prescritos por médicos com o objetivo de "potencializar os efeitos terapêuticos", o que também é considerado uma forma de automedicação. "Uma vez que a pessoa desobedece a dosagem, isso passa a ser automedicação, ainda que ela tenha recebido a orientação do médico ou do farmacêutico", explica Marcus Vinicius de Andrade, diretor de pesquisa do ICTQ.
Ainda no grupo dos que tomam remédio por conta própria, 72% afirmaram que confiam na indicação de medicamentos feita pela família, 42,4% confiam na indicação de amigos, 17,5% confiam na indicação de colegas de trabalho ou estudo e 13,7% confiam na indicação de vizinhos (cada entrevistado podia indicar mais de uma opção).
A capital que registra o maior índice de automedicação é Salvador, onde 96,2% dos habitantes adotam a prática. Já a capital em que o hábito é menos frequente é Belo Horizonte, onde 35% se automedicam. Em São Paulo, o índice foi de 83% e no Rio de Janeiro, de 91,4%.
O estudo afirma ainda que 61,4% das pessoas que se automedicam estão conscientes sobre os riscos. Para Andrade, esse dado mostra que, apesar da importância das campanhas de conscientização, a medida mais efetiva para coibir a prática é a adoção de um controle de vendas mais rígido. Segundo os dados coletados pelo ICTQ, existe uma tendência de diminuição do consumo irregular de medicamentos controlados desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passou a exigir a retenção da segunda via da receita dessa categoria de remédios.
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