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quarta-feira, 30 de abril de 2014



A JBS, dona da marca Friboi, confirmou nesta terça-feira (29) ter identificado um bovino com suspeita de estar contamidado com uma variante atípica da doença da vaca louca em uma unidade da empresa em Mato Grosso. O animal foi sacrificado antes do abate, e por isso não chegou ao consumidor final.

Caso se confirme, será o segundo caso da doença a ser registrado no Brasil. O anterior ocorreu em 2012 no Paraná.

A nota da JBS à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) esclarece que o caso é o mesmo que havia sido reportado pelo Ministério da Agricultura na semana passada. 

"A rígida fiscalização sanitária e a capacidade técnica da equipe impediu que o produto chegasse ao consumidor final, garantindo um total controle sanitário e alimentar", informa o documento entregue à CVM.

Os testes iniciais com o bovino, que tinha 12 anos de idade, indicaram a presença de marcação priônica – um indício da vaca louca. Amostras do animal foram, então, enviados um laboratório de Weybridge, na Inglaterra, para confirmação da suspeita.


Os resultados dos exames que devem confirmar ou descartar a suspeita devem ser conhecidos até o fim da semana, segundo uma fonte do setor. 

Às 17h54, as ações ordinárias da JBS recuavam 1,4%.

Suspeita coloca produto brasileiro na berlinda

A suspeita coloca a carne brasileira na mira dos compradores internacionais, que são um importante mercado consumidor do produto nacional. No primeiro trimestre deste ano, foram 382 mil toneladas de produtos negociados, totalizando receitas de US$ 1,652 bilhão nos primeiros três meses deste ano.

A confirmação da suspeita de um caso de vaca louca pela JBS causa agitação nesta terça-feira (29) na Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec). A entidade já vinha passando por uma semana de discussões depois que o Ministério da Agricultura reconheceu a possibilidade de existência de um animal contaminado em Mato Grosso. 

O presidente da JBS Mercosul, Miguel Gularte, afirmou, por meio do texto entregue à CVM, que o caso não deve representar impacto nas exportações ou no consumo de carne pelo mercado interno. 

A doença da vaca louca, chamada encefalopatia espongiforme bovina (EEB), é causada por uma proteína chamada príon, que pode ser transmitida a bovinos e caprinos quando alimentados com ração de farinha contendo carne e ossos de animais contaminados. Além de causar a morte dos animais, a EEB pode infectar seres humanos.


Procurados, o Ministério da Agricultura e a JBS não comentaram as informações.

Fonte: Economia - iG