Edinho Silva fechou mercados, proibiu circulação de veículos comuns e suspendeu o transporte público.
As ruas de Araraquara, na região central paulista, ficaram movimentadas neste sábado (20) após a prefeitura publicar decreto que deixa mais rígido o lockdown na cidade. A nova restrição terá duração de 60 horas. Na noite de sexta (19) e no sábado houve filas para entrar em supermercados e congestionamento para abastecer carros.
A partir das 12 horas deste domingo (21), supermercados só poderão atender por delivery. Postos de combustíveis só poderão abastecer veículos oficiais, o transporte coletivo fica suspenso e é proibida a circulação de carros sem justificativa.
Os leitos de UTI e enfermaria estão com 100% de ocupação desde segunda-feira (15). Com mais três óbitos confirmados no sábado, a cidade chega a 170 mortes pela Covid, quase um terço (54) delas neste mês.
A prefeitura já havia adotado lockdown por 15 dias desde segunda. Mas, com nível de adesão ao isolamento social, segundo índice de medição do governo do estado, em 42%, leitos lotados, novas contaminações e mortes, o prefeito Edinho Silva (PT) estabeleceu o ‘lockdown total’. Depois desse período, a cidade retoma as regras do lockdown que já vigora desde segunda-feira.
MORADORES RECLAMAM
– Ficasse no que estava que era melhor. Agora está um grudado no outro, tudo aglomerado ali dentro – opina a doméstica Ana Maria Dias, diante da correria que o anúncio de endurecimento do lockdown causou na cidade de 238 mil habitantes.
Ela e a mãe, de 80 anos, passaram em frente de outros dois mercados e entraram no que parecia menos lotado. Maria diz que passa roupa para fora e, como já sai de casa para trabalhar, não vê motivos para deixar a filha fazer as compras para ela. No entanto, acredita que os principais vetores da doença são jovens que participam de reuniões sociais.
O empresário Lucas Gomes relata que já na tarde de sexta, quando começaram a circular informações sobre o decreto, as três faixas da Via Expressa ficaram congestionadas com motoristas tentando acessar seu posto de combustível.
– Em uma hora, o número de carros abastecendo subiu de 10 para 100. O combustível acabou e precisamos suspender o atendimento – conta.
Segundo ele, em seu outro estabelecimento, um depósito de gás, as vendas aumentaram 40% neste sábado.
– O problema (da contaminação) está em festas. Aqui na região tem muitas chácaras com festas clandestinas – opina Gomes, que discorda do fechamento do comércio.
*Estadão