Quando eu vi o que o trabalho de um nutricionista tinha feito com um rapaz do meu bairro, percebi que queria emagrecer com saúde. Em março de 2014, comecei o tratamento com ele e senti a diferença, porque vi que dá para emagrecer comendo”, afirma Ricardo, que divide seu processo de emagrecimento em duas etapas: antes e depois do acompanhamento médico.
Embora tenha chegado aos 86 kg, ele tinha 25% de gordura no corpo. Hoje, aos 39 anos, pesa 100 kg e tem 15% de gordura corporal. “Eu demorei a entender que o que importa não é o peso, é massa magra e saúde”, ressalta o rondoniense de Porto Velho.
A briga com a balança começou quando Ricardo ainda tinha 12 anos. “Eu comia de três em três horas, mas comia pão, sanduíche, tomava com facilidade um litro de refrigerante.” Em 2011, quando um vizinho obeso morreu, ficou sabendo da dificuldade de encontrar um caixão que coubesse o corpo.
Além disso, as pequenas atividades do dia a dia não eram mais possíveis. “Eu não conseguia mais amarrar o tênis, não entrava mais no carro, as roupas enormes que eu usava não estavam mais cabendo.”
Ricardo, então, decidiu que era hora de emagrecer. “Eu fiquei com isso na cabeça e busquei ajuda nos shakes, porque, para mim, eu não poderia emagrecer comendo”, conta.
Depois de anos sem subir em uma balança, Ricardo quis se pesar. “Eu precisei ir em uma balança da empresa do meu amigo. Balança de carga mesmo, as de farmácia não iam conseguir computar meu peso”, conta o administrador, que se surpreendeu ao ver o número na balança. “Eu pensava que já tinha passado dos 200 kg, mas quando eu vi 188 kg fiquei um pouco aliviado.”
De julho de 2011 a janeiro de 2013, o administrador emagreceu 101 kg, mas sem fazer uma alimentação equilibrada.
Ao acordar, comia um sanduíche integral e ia para a academia fazer musculação. Na volta do treino, tomava o shake como lanche da manhã e almoço. À tarde, comia cereal com aveia e fazia caminhada. Antes de ir para o boxe ou muay thai, comia uma barra de proteína e jantava o shake. “Viver de shake não é vida para ninguém. Hoje, meu cardápio é farto e eu como na quantidade e hora certas. A gente tem o que comer, só não sabe como comer.”
Ao mudar sua rotina, diminuir a quantidade de shakes e de exercícios, Ricardo engordou 30 kg. Quando percebeu que poderia recuperar o corpo que tinha, procurou a ajuda do nutricionista e lá percebeu que precisava de novos hábitos. “Graças a Deus, eu não tive nenhum problema de saúde, mas podia ter tido. Passei a comer direito e vi a diferença!”
Atualmente, seu objetivo é continuar na musculação, manter o percentual de gordura corporal baixo e fazer a cirurgia de remoção de pele. “A roupa esconde, mas eu tenho uns sete quilos de pele, principalmente nas pernas”, afirma Ricardo, que planeja operar quando tiver tempo para a recuperação e cuidados necessários.