Ed Houben é um historiador de 45 anos que trabalha como guia turístico na cidade de Maastricht, na Holanda. Nas horas livres, ele ajuda mulheres a realizar o desejo de gerar uma criança. Do jeito tradicional. Ou seja, dormindo com elas. E não cobra nada por isso.
E afinal, quantos filhos já estão espalhados pelo mundo? “Pelo que sei, 99 bebês nasceram com saúde nos últimos 12 anos”, revelou Ed.
Depois que a entrevista foi ao ar, Ed recebeu mensagens de brasileiras interessadas nos serviços dele. “Depois daquela reportagem, eu recebi 72 mensagens do Brasil, mas no fim, somente 20 mensagens eram sérias, de gente querendo ajuda: casais, mulheres solteiras e lésbicas.
Nem todas as mensagens chegavam em inglês. Aí é que entrou a Rosane. “Ele precisava de uma jornalista para fazer essa ponte e ajudá-lo com tradução e interpretar a cultura brasileira e o pedido das meninas”, explica Rosane Rodrigues, assessora.
“A faixa etária é bem variada. Tem meninas com 20 anos, mulheres com mais de 40. Mas todas com o mesmo sonho: ser mãe”, completa Rosane.
Uma delas, de 21 anos, falou ao Fantástico, mas não quis mostrar o rosto. Logo depois da reportagem eu troquei alguns e-mails com ele. Ele falou que sim, que posso ter um filho com ele. Ele é bem respeitoso.
Com ajuda da Rosane, Ed fez uma carta de apresentação em português para as interessadas:
"Eu sei que tenho muitos quilos a mais. Eu estou trabalhando nisso. Eu ajudei mulheres obesas no passado. Tenho direito de recusar. Eu também tenho sentimentos. Não sou uma máquina. Então se for obesa eu vou dizer ‘faz’ um regime’. Afinal de contas, eu também estou de dieta. A nossa saúde é muito importante para a saúde da criança”.
Na carta, ele deixa bem claro: eu só quero que você engravide o mais rápido possível. “Na verdade, ele enxerga essa doação como uma missão. Ele prefere que seja pelas vias de fato, mas ele aceita fazer inseminação por seringa, em casos que o marido não concorde da mulher ter relações sexuais com ele”, explica Rosane.
Com tantas brasileiras escrevendo, o Ed tomou uma decisão: “Devo ir para o Brasil em agosto, mas não gosto de praia. Vou levar uns livros e ficar no meu quarto”.
“Por coincidência, a primeira brasileira veio aqui na minha casa ontem. Então, talvez, já tenha um brasileirinho a caminho”, brinca.
g1