Um grupo de encarcerados em penitenciárias do Estado do Ceará deu início a uma greve de fome. Conforme o presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará (Copen), advogado Cláudio Justa, a ordem para a manifestação partiu do alto escalão da facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Justa afirma que a principal demanda em nível nacional por parte dos integrantes da facção é que os reclusos em presídios federais voltem a cumprir pena em equipamentos dentro do seu estado de origem. No Ceará, também são pedidas melhorias nas infraestruturas das unidades.
Em informes veiculados por meio das redes sociais, o CV determinou a greve na última terça-feira (7). A recusa para a alimentação seria apenas o primeiro alerta. O comunicado prevê que, posteriormente, sejam feitas recusas para idas às audiências e atendimentos de advogados e assistentes sociais.
Ontem, a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) informou que internos de quatro unidades prisionais recusaram a alimentação durante todo o dia. Os presos que aderiram à greve estão na Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Elias Alves da Silva (CPPL IV), Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, Unidade Prisional (UP) Desembargador Adalberto Barros de Oliveira Leal e UP Agente Luciano Andrade Lima.
Conforme a Pasta, eles não apresentaram motivação para a recusa. A Sejus afirma que as direções das unidades estão acompanhando a movimentação para, caso necessário, tomarem medidas cabíveis. Justa lembra que caso a manifestação se estenda para outras facções, as ações podem se agravar.
"Até então, a greve está limitada a não participar de nenhuma atividade carcerária. É uma recusa disciplinar. Podem ter ações mais agressivas se o Estado permanecer sem atender às demandas. Há risco de tumultos não só lá dentro, mas nas ruas também. Aí vira um problema de Segurança Pública", comentou o presidente do Copen.
Em contato com uma fonte ligada à Secretaria, a reportagem foi informada que, até o momento, a situação dentro das penitenciárias está controlada, no entanto, os agentes penitenciários já se mostram apreensivos para o que pode vir a acontecer nos próximos dias.
Superlotação
Dentre as constantes reclamações dos presos do Estado do Ceará, está a superlotação. O montante de internos em um pequeno espaço motiva princípios de rebeliões nos equipamentos. Segundo levantamento da Sejus, até outubro de 2017, a superlotação nas grandes unidades era, em média, de 66%.
Onde a capacidade é para 374 detentos, há 878. O exemplo é do Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa, em Itaitinga, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Atualmente, a unidade é a que tem o maior índice de excedente. Na CPPL IV, um dos locais onde os presos estão em greve, o excedente chega a 98%.
No primeiro semestre deste ano, o Ceará enfrentou a maior ofensiva do crime. A mando da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE), ônibus foram incendiados em vias públicas e prédios oficiais atacados. As ações aconteceram devido a questões internas do Sistema Penitenciário. A GDE assumiu a autoria e informou que a motivação foi a transferência de presos do Complexo Penitenciário de Itaitinga.
Justa afirma que a principal demanda em nível nacional por parte dos integrantes da facção é que os reclusos em presídios federais voltem a cumprir pena em equipamentos dentro do seu estado de origem. No Ceará, também são pedidas melhorias nas infraestruturas das unidades.
Em informes veiculados por meio das redes sociais, o CV determinou a greve na última terça-feira (7). A recusa para a alimentação seria apenas o primeiro alerta. O comunicado prevê que, posteriormente, sejam feitas recusas para idas às audiências e atendimentos de advogados e assistentes sociais.
Ontem, a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) informou que internos de quatro unidades prisionais recusaram a alimentação durante todo o dia. Os presos que aderiram à greve estão na Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Elias Alves da Silva (CPPL IV), Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, Unidade Prisional (UP) Desembargador Adalberto Barros de Oliveira Leal e UP Agente Luciano Andrade Lima.
Conforme a Pasta, eles não apresentaram motivação para a recusa. A Sejus afirma que as direções das unidades estão acompanhando a movimentação para, caso necessário, tomarem medidas cabíveis. Justa lembra que caso a manifestação se estenda para outras facções, as ações podem se agravar.
"Até então, a greve está limitada a não participar de nenhuma atividade carcerária. É uma recusa disciplinar. Podem ter ações mais agressivas se o Estado permanecer sem atender às demandas. Há risco de tumultos não só lá dentro, mas nas ruas também. Aí vira um problema de Segurança Pública", comentou o presidente do Copen.
Em contato com uma fonte ligada à Secretaria, a reportagem foi informada que, até o momento, a situação dentro das penitenciárias está controlada, no entanto, os agentes penitenciários já se mostram apreensivos para o que pode vir a acontecer nos próximos dias.
Superlotação
Dentre as constantes reclamações dos presos do Estado do Ceará, está a superlotação. O montante de internos em um pequeno espaço motiva princípios de rebeliões nos equipamentos. Segundo levantamento da Sejus, até outubro de 2017, a superlotação nas grandes unidades era, em média, de 66%.
Onde a capacidade é para 374 detentos, há 878. O exemplo é do Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa, em Itaitinga, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Atualmente, a unidade é a que tem o maior índice de excedente. Na CPPL IV, um dos locais onde os presos estão em greve, o excedente chega a 98%.
No primeiro semestre deste ano, o Ceará enfrentou a maior ofensiva do crime. A mando da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE), ônibus foram incendiados em vias públicas e prédios oficiais atacados. As ações aconteceram devido a questões internas do Sistema Penitenciário. A GDE assumiu a autoria e informou que a motivação foi a transferência de presos do Complexo Penitenciário de Itaitinga.