Água que irrigava plantações de coco saía do açude Pentecoste, que hoje está em nível morto (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução) |
De acordo com o gerente de homologação da defesa Civil do Ceará, o sargento Paiva Júnior, as autoridades de Jaguaruana pediram abastecimento urgente de carro-pipa para a sede da cidade. "Estamos ainda no aguardando para enviar o carro pipa para a cidade. No entanto, vamos aguardar a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) agilizar o abastecimento de água para cidade por meio de uma adutora. Caso a adutora não resolva enviaremos um carro pipa o quanto antes", disse. Paiva Júnior reforça que a situação nas outras seis cidades que esperam para serem reconhecidas e homologadas também é crítica. O governo estadual já reconheceu sitação de emergência em 126 cidades.
Período de seca
No último dia 8 de agosto, em levantamento feito pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) mostrou que nos últimos cinco anos, de 2012 a 2016, foram apenas 516 milímetros de chuva, em média, no Ceará. O índice é o menor desde 1910. De acordo com o meteorologista Davi Ferran, vai ser preciso conviver com a incerteza pelos próximos meses, já que ainda é cedo pra afirmar se 2017 vai trazer chuva ou não.
“No período chuvoso do ano que vem, ou seja, março, abril e maio, que é o período chuvoso principal, a maior probabilidade é que o Oceano Pacífico não tenha El Niño nem La Niña. Vamos ter o Oceano Pacífico neutro. Em anos de Oceano Pacífico neutro, a probabilidade de chuvas no Ceará depende mais fortemente do Atlântico. Então a previsão vai ser divulgada somente em janeiro”, explica.
Reservatórios secos
Enquanto isso, segundo a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), os reservatórios secam cada vez mais. No momento, o nível médio dos 153 açudes monitorados pela Cogerh é de apenas 9,4% do volume total.O “Gigante” Castanhão, responsável por abastecer toda a Região Metropolitana de Fortaleza, está com apenas 6% da capacidade. Bem perto dele, o Açude Orós, também na Região Jaguaribana, sangrou em 2004 e 2008. Na época, virou até atração turística no Centro Sul do Estado.
Agora em 2016, o Orós aparece nesse cenário de seca em forma de ajuda. Desde julho, as águas do açude estão sendo transferidas para o Castanhão. Segundo a Cogerh, essa água deve chegar às residências da Região Metropolitana de Fortaleza em setembro, e garantir o abastecimento pelo menos durante esse período de crise hídrica.
G1/CE