Em um pronunciamento rápido, mas contundente e fundamentado, o deputado estadual Ely Aguiar (PSDC), ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, na manhã de hoje (25), para fazer severas críticas ao sistema de Segurança Pública estadual, que, segundo ele, “está desmoralizado, desmoralizadíssimo”. “Vocês, senhores deputados, sabem quantas pessoas foram mortas no Ceará no fim de semana?”
Aguiar citou os números dos Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs) registrados no último fim de semana no Ceará e que foram contabilizados e publicados pelo blogdofernandoribeiro.com.br, enquanto a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) não atualiza, desde a última sexta-feira (21), suas estatísticas no site do órgão, nem dá qualquer explicação à sociedade sobre isto.
Os números revelados apontam, nada menos, que 64 pessoas tiveram morte violenta no Ceará entre a última sexta-feira (21) e a madrugada de segunda (24). Foram 51 homicídios e 13 mortes em acidentes de trânsito, totalizado 64 óbitos. E mais: além dos 51 assassinatos no fim de semana, outros 12 ocorreram entre a segunda e a terça-feiras, totalizado 63 execuções sumárias em apenas quatro dias.
“A nossa sorte, é que, na maioria desses crimes, são bandidos matando bandidos”, disse o parlamentar, ressaltando, porém, casos que envolvem cidadãos, como o duplo homicídio ocorrido na cidade de Paracuru (a 100Km de Fortaleza), quando um homem assassinou, a tiros, a esposa e a filha caçula de apenas 8 meses de vida, na madrugada de domingo.
Maquiados
O deputado foi mais além, afirmando que considera como “maquiados” os números de assassinatos apresentados todos os meses pelo governo do estado, que sustenta está havendo uma redução nas taxas dos CVLIs no Ceará.
Ao afirmar que o sistema da Segurança Pública do Ceará está sendo desmoralizado, Ely Aguiar citou, como exemplo, o caso da fuga de presos ocorrida na noite de ontem, em Fortaleza. Aconteceu no 3º DP (Otávio Bonfim), onde 16 dos 23 detentos que estavam na carceragem escaparam depois de tomar como refém e desarmar o único policial civil que ali estava para dar segurança à delegacia.
“Aqui no Ceará não precisa de ordem de juiz para preso sair da delegacia. Os comparsas vão lá e resgatam”, disparou o parlamentar, ressalvando o risco que os policiais civis estão correndo ao serem transformados em carcereiros, pois as delegacias vivem abarrotadas de presos diante da falta de vagas no Sistema Penal.
Segurança em xeque
Outros parlamentares ocuparam a tribuna da AL nesta terça-feira para também tratar do tema Segurança Pública. Um deles, o deputado Ferreira Aragão (PDT), que denunciou o caso de um vereador do seu partido assassinado na noite de segunda-feira, na cidade de Barreira (90Km de Fortaleza).
Conforme Aragão, o vereador (José Targino dos Santos) foi morto porque vinha fazendo denúncias de irregularidades na administração municipal local e utilizava o rádio como meio para expressar sua indignação diante dos fatos que considerava prejudiciais à população de Barreira.
“Até quando vamos conviver com essa realidade? Estão matando gente como quem mata avoante. Estão matando radialistas como quem mata baratas”, denunciou.
Já os deputados Renato Roseno (PSol) e Capitão Wagner (PR) trataram do tema segurança sob outro ângulo, a questão da proliferação e uso ilegal de armas de fogo no País e no estado.
Blog do Fernando Ribeiro
